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ARTIGO 180 – RECICLANDO OS NOSSOS (MAUS) COSTUMES – II

De tanto se conviver nos últimos tempos com uma saúde pública em estado deplorável, em que a população humilde que antes dependia inicialmente do Programa de Assistência desempenhado pelo SUS e passou a não ter mais qualquer esperança, optei por dar um tempo, nesta edição, na abordagem sobre a estúpida situação política em que estamos vivendo. Assim, resolvi me associar às preocupações gerais da população e de confrades colaboradores do Blog como o Acord@dinho, preocupados com os graves problemas de higiene e limpeza pública, que são os condutores das graves mazelas que afetam a saúde da população em geral e estimulam a epidemia de doenças provocadas pelo mosquito da “dengue”, na atualidade.

Mesmo com as informações diárias e frequentes quanto aos cuidados para evitar a proliferação do mosquito, a televisão exibiu vergonhosas imagens aéreas mostrando casas, lajes e construções abandonadas, com enorme quantidade de água exposta à espera dos mosquitos, numa visível irresponsabilidade da população e de Construtoras que abandonam obras e que estão se lixando para os riscos a que expõem a saúde pública.....

Artigo:A filosofia da ingratidão política

Um amigo encaminha mensagem e pede minha opinião sobre porque muita gente se esquece do passado e trai descaradamente no mundo político. Por que será que as pessoas que estendemos as mãos são exatamente as pessoas que cometem os maiores desatinos políticos em nome de seus interesses pessoais?

Esse amigo perdeu a eleição no ultimo pleito municipal, devido a ingratidão de antigos inimigos que se tornaram companheiros políticos de momento. Por que tanta gente e mesmo grupos, que da situação de protegidos, na escalada do sucesso, cortam os punhos daqueles que tanto lhe ajudaram a subir? Penso que na política assim como na guerra você não pode estender as mãos, e fazer favores a inimigos políticos ou a mercenários com carapuças de anjo. Mas para exemplificar tal principio contarei pequena história real...

ARTIGO - DÓLARES E REAIS DESPEJADOS DO ORUN!

Aleluia! Aleluia! Valei-me Senhora Santana! Dádiva do Céu! No Brasil dólares e reais se despencam das nuvens! Amém! Odara!

A terra de Cabral é cheia de magia, truques, invenções etc. Acarajé, iguaria gastronômica da culinária afro-brasileira tem as honrarias de recursos financeiros em espécie. Mas, o azeite - de – dendê misturado com feijão fradinho e pimenta malagueta empanturraram a pança de João Santana e de sua mulher Mônica Moura, que também tiveram a guela entupida de tanto “acarajé dindin” (dinheiro) levado do capeta; não foi o bolinho sagrado feito na seita por uma Doré (mãe de santo), que sabe do ritual despachando a rua ao arriar o tabuleiro para uma boa venda...

ARTIGO - ACUNHA NO CUNHA, OU ELE NOS ACUNHA!

*Gilberto Santana

Enfim o presidente da Câmara de Deputados, líder maior da bancada BBB (do boi, da bala e da bíblia) Eduardo Cunha, parece sofrer as primeiras derrotas depois de haver “acunhado” várias manobras de legalidade contestável. Empurrou com seu poder o conselho de ética acuando a ordem democrática, protagonizou aliança da classe dominante e mídia conservadora...

Artigo: Falam em nome de Jesus e envergonham seus fiéis

Nos últimos tempos uma verdadeira "alcatéia" de indivíduos que deveria ser reserva moral para o resto da sociedade, quando está em plena participação no mundo político, na verdade tem feito vez e voz de uma vergonha sem limites, com envolvimento direto nos mais estapafúrdios esquemas de coisas erradas e corrupção. Estes são alguns dos pastores evangélicos que utilizando da capacidade de liderar religiosamente pessoas, que como Tolstoi dizia, precisam de religião, simplesmente utilizam essa capacidade para representar os interesses mais mesquinhos da natureza humana de que estão imbuídos no mundo político.

Nessa coleção existem dois tipos desses elementos que utilizando o bom nome de Jesus envolvem-se na política não para representar a coletividade, ou mesmo representar um projeto de sociedade que seja melhor para todos como pregam em seus altares, mais simplesmente para enriquecer às custas do dinheiro público ou privado de financiamentos eleitorais...

Artigo: Rede Globo já reconhece sua queda


Pelo visto depois de tantos anos dando as cartas no processo de formação de opinião no Brasil a Rede Globo começa a observar que os chamados "blogs sujos" através de matérias investigativas sérias com demonstrações claras de determinadas verdades, principalmente em relação à mesma, começam do mesmo modo a formar opinião também, porém com veracidade dos fatos, e não com mentiras, distorções da realidade e assassinatos de reputações.

Acuada pelas verdades dos fatos ela começa a fazer ameaças sem sentido a jornalistas e blogueiros que não concordam com a forma como ela faz jornalismo falso, principalmente jornalismo político, pautado em sensacionalismo, em transformar elementos fúteis em matérias "bombas", como se fosse o Grande Irmão de George Orwell...

ARTIGO – O BRASIL PEDE RESPEITO

Em entrevista concedida dias atrás, um importante empresário fez uma declaração de viva voz que me deixou estarrecido, quando declarou: “estamos trabalhando pensando em 2017, porque 2016 já acabou, morreu”! Ora, e o ano apenas começou...! Semelhante afirmação, partindo de um segmento empresarial que nunca entrega os pontos e está sempre acreditando no sucesso e na virada, passou-me uma sensação de total desencanto quanto à possibilidade de uma reviravolta no quadro de inércia, desconfiança e descrédito que o país está atravessando. Em paralelo a depoimentos desse tipo, o que se ouviu, nesta semana, e entristece, foi o anúncio de que a última “Agência Internacional de Classificação de Risco” que restava rebaixou o último selo de “bom pagador” do Brasil, o que só aumenta a retração na demanda de novos investimentos externos e amplia a evasão dos que aqui estavam, que partem à procura de segurança e países mais confiáveis. A falta de estabilidade política e a inexistência de um projeto de recuperação econômica determinam esse perfil negativo. O país está no SPC/SERASA, internacional... Lamentável!

A Presidente Dilma ao substituir o Ministro da Fazenda pelo seu Ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, imaginava-se que ele traria a solução com um novo projeto a ser tirado da cartola e nada disso aconteceu. Pelo contrário, as teses acadêmicas foram as mesmas, as providências que dependiam do próprio Poder Executivo continuaram inertes, nada avançou em termos de redução da máquina administrativa, o que acarreta um extraordinário volume de despesas, e aquilo que teria de ser feito logo, foi adiado para o mês de março próximo ou quem sabe quando... Redução do número de Ministérios? Não passa de mera retórica de palanque, pois significa a simples transferência de estrutura e funcionários para um outro Ministério assumir as obrigações... Falta firmeza e coragem para mexer com os apadrinhados de deputados e senadores que estão pendurados nos diversos órgãos federais, de Ministérios, Agências e Autarquias, às vezes em assessorias fantasmas que só aparecem nas folhas e muitos, nem sequer comparecem em Brasília! Exatamente agora que se discutem propostas de impeachment e ajuste fiscal, assumir posturas que podem atingir interesses dos senhores parlamentares? Jamais! Eles, certamente, acham que o Brasil pode esperar...! Nesse processo de estagnação, o Congresso Nacional tem corresponsabilidade na obrigação de tirar o país do fundo do poço em que se encontra e serão cobrados por isso...

Artigo: A síndrome do preconceito na academia

Um repugnante ato preconceituoso revoltou discentes e docentes do Campus IV, da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), em Jacobina. Depois de tomarem conhecimento de uma denúncia anônima feita à Ouvidoria da instituição de que uma garotinha com deficiência, filha de um casal que trabalha no local estaria 'incomodando' o ambiente, alunos, professores e demais servidores resolveram fazer um manifesto para repudiar a atitude considerada covarde e hostil.

Com uma escrita que não condiz com alguém que frequenta uma instituição acadêmica, a denunciante textualizou: "... a um tempos andamos incomodados com uma situação desagradável. Uma filha de uma funcionaria de uma empresa terceirizada que prestam um bom trabalho na limpeza do CAMPUS, a mesma e portadora de uma SÍNDROME a menina ja e uma moça de aproximadamente 18 a 19 anos não sei o certo (...) o problema e que ela grita muito, bate portas entras em todos os setores deste CAMPUS, e estamos sentadas no pátio ela manda sair..."...

Artigo: Saneamento e a escassez qualitativa da água

Quando Pero Vaz de Caminha chegou ao litoral brasileiro, além da admiração pelos índios e índias, pela exuberância da floresta litorânea, ele fica deslumbrado com a quantidade de águas. Vai escrever ao rei:  "águas são muitas; infinitas. Em tal maneira graciosa (a terra) que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo; por causa das aguas que tem! ". Frase que depois, falsificada, fica reduzida a "nesse país em se plantando tudo dá".

Quando o Brasil elaborou seu Primeiro Plano Nacional de Recursos Hídricos, participei com poucas pessoas do Nordeste para inserir no Plano a captação da água de chuva. Juntando várias fontes o Plano concluía que temos aproximadamente 13,8% das águas doces mundiais em território brasileiro...

ARTIGO - O GOLPE DA CRISE E A CRISE DO GOLPE

O sindicalista Gilberto Santana, é mais um articulista que passa a compor o Blog a partir desta quinta-feira (25). Em nome de toda equipe queremos dar as boas vindas e desejar uma participação duradoura deste que sempre foi leitor e colaborador deste noticioso.

*Gilberto Santana..

ARTIGO – “ETERNAMENTE EM BERÇO ESPLÊNDIDO...”

Em meio a tanta turbulência política e econômica que afeta a vida das pessoas neste país, na fase atual, trazendo preocupações, sofrimento e ansiedade quanto ao incerto futuro reservado a cada um, existem tênues momentos que têm o condão de abrir pequenas janelas de otimismo, restabelecendo a fé, gerando leves esperanças e fazendo acreditar que os maus presságios vão passar. Refiro-me aos raros minutos em que os corpos se perfilam em posturas reverenciadas, o respeito e os sentimentos se unificam, as diferenças políticas são esquecidas e um canto uníssono faz emocionar o corpo numa carga elétrica de impulsos às vezes conhecidos, popularmente, como arrepios! Quero lembrar a importância muito especial que representa para o íntimo de cada cidadão, aquele lapso de tempo empolgante em que se ouve os acordes de um dos mais fortes Símbolos da Pátria, o Hino Nacional Brasileiro!

Embora o Brasil tenha 516 anos de descoberto – em 22 de abril próximo -, poucos são aqueles que sabem que o Hino Nacional foi composto em 1822 por Francisco Manuel da Silva (1795-1865), e tocado pela primeira vez em 13 de abril de 1831, 331 anos depois do descobrimento, justamente no dia da despedida de D. Pedro I, que abdicou ao trono e retornou a Portugal. Assim, o nosso Hino tem apenas 185 anos de tocado, cantado e entoado. Devido a divergências quanto à natureza de muitas letras que se apresentavam para o Hino, finalmente uma definitiva saiu da mente inspirada e poética de Joaquim Osório Duque Estrada (1870-1927). Embora se imagine que o Hino foi fruto de uma composição em parceria conjunta de letra e música – hoje muito comum -, os dois nem mesmo viveram no mesmo tempo histórico.....

ARTIGO - A MATANÇA DOS SANTOS INOCENTES

Carlos Augusto Cruz

Médico e Advogado..

ARTIGO: PILÃO ARCADO - BOSQUES

Se eu escolhesse o título, " SOFRIMENTO NA HEMODIÁLISE", seja sincero, quantos se interessariam em ler este artigo atraídos pela incomum e inabitual palavra hemodiálise? Mas o título assim vai, sem tintas de nenhum exagero conforme o relato dos fatos a seguir comprovará, leia e veja:

Dez filhos de Pilão Arcado, três vezes por semana  acordam as 2h da madrugada, dirigem-se até o hospital e as 3h embarcam numa van com destino a Juazeiro para sessões de hemodiálise...

ARTIGO: Se fevereiro tivesse 30 dias?

Fatos intrigantes, revoltantes e curiosos marcaram os primeiros quinze dias do mês de fevereiro. Certamente serão marcados como, se não os mais importantes, acontecimentos dignos de retrospectivas editoriais da imprensa mundial neste ano de 2016.

Crime - Na madrugada do dia 9 de fevereiro, uma quadrilha de assaltantes arrombou o Banco do Brasil de Jacobina pelos fundos. A ação durou quase 2 horas e os elementos efetuaram disparos de fuzis em vários pontos da cidade, aterrorizando a população. De acordo a informações policiais, depois do roubo do Banco Central de Fortaleza, o ataque aos cofres do Setor Regional de Tesouraria (Seret), da agência do BB de Jacobina, responsável em guardar dinheiro de todas as agências pública e privadas de 23 municípios da região, foi um dos mais ousados do país...

ARTIGO: LIXO CULTURA NÃO É MÚSICA

POR GENALDO MELO

Não tenho absolutamente nada contra as novas formas de expressão musical advindas das periferias urbanas, especialmente de Salvador. Melhor dizendo, nada tenho contra esse estilo musical, o novo pagode feito por grupos de jovens desajustados e megalomaníacos, em sua grande maioria. Não tenho esse direito, pois vivemos numa democracia, mas pessoalmente acho literalmente lixo cultural, que banaliza a violência, a drogadição, e principalmente trata a mulher como um objeto...

Artigo - Policiais Militares e os Direitos Humanos

A compreensão que se tem de Direitos Humanos é que são direitos básicos de todos os seres humanos. São direitos civis e políticos (exemplos de direitos a vida, à propriedade, liberdade de pensamento, de expressão, de crença, igualdade formal etc.), direitos econômicos, sociais e culturais, direitos difusos e coletivos.

Nessa perspectiva pensar direitos comuns que sejam extensivos aos policiais, em especial para os policiais militares, é algo quase impensável na realidade prática. Tem sido assim desde muito tempo. Na atualidade a falta desses direitos básicos tem sido muito questionada, em razão dos problemas existenciais e das relações humanas do presente século. Pressão de todos os lados, o acesso à informação que nos chega de forma instantânea, banalização da vida, pouca sensibilidade; perca ou o surgimento de novos valores, pilares sendo destruídos. Enfim, a humanidade passa por transformações que tem mexido com significativamente com as relações humanas, tanto do sujeito com ele mesmo quanto na relação com os demais...

ARTIGO - EPA HEI..! MINHA MÃE IANSÃ!

É a saudação a Iansã (orixá feminino iorubano dos ventos e tempestades). Defensora contra raios e tormentas. Também chamada por Oyá, deusa do rio Oyá (Niger).

“Mangueira seu cenário é uma beleza, que a natureza criou!” Minha Mangueira (Verde e Rosa) é campeã de 2016 na Marquês de Sapucaí. Última a desfilar na segunda feira de carnaval, às 05h e não tirei os olhos da TV na fé em Santa Bárbara (Iansã), sensual, valente, mulher do incestuoso Xangô, este, também orixá jeje-nagô, senhor rei dos astros que domina os raios; deus do trovão, filho de Iemanjá, sempre saudado com a expressão Kawo Kabiesile! Suas vestes são o vermelho e branco. Orixá da justiça e do dinheiro, sendo 4ª - feira o seu dia votivo; sincretiza-se com São Jerônimo...

ARTIGO – A CONVIVÊNCIA COM OS EXTREMOS

Quando o noticiário diário dá conta de que o Sul do país se afoga sob tantas chuvas e enchentes, é praxe o desabafo no Nordeste: “uns com tanto e outros com tão pouco”, referindo-se às históricas secas no nosso querido semiárido, o que, felizmente, não acontece agora face às abundantes chuvas, ultimamente. Também se ouve sobre os contrastes de temperaturas no mundo que atingem até 58º graus abaixo de zero – na China, recentemente –, enquanto por aqui temos o Rio de Janeiro com 40º graus acima e sensação térmica de quase 50º! 

De outra parte, enquanto técnicos, engenheiros e arquitetos, ambientalistas e administradores públicos queimam as pestanas para dotarem as cidades de estruturas adequadas a uma vida de conforto para as populações que nelas habitam, em alguns recantos do mundo infestados pelo ódio e pelas guerras, edifícios, parques, monumentos culturais, palácios e tantas outras relíquias que marcam a história de cada povo, são destruídos com estúpida violência pela insanidade de governos que matam sem piedade o seu próprio povo para manter o poder. Um doloroso exemplo dessa tragédia vem ocorrendo na guerra civil da Síria, onde 250 mil sírios já morreram e outros 76.000 já enfrentaram a morte nos mares em precaríssimas embarcações, em busca de um espaço em outros rincões do mundo para viverem...!..

Artigo - Os rios São Francisco e Tietê – descem subindo

O milagre do interior de São Paulo é o rio Tietê e o milagre do Nordeste brasileiro é o rio São Francisco. O Velho Chico, como carinhosamente o chamamos, tem 2.814 quilômetros de extensão, nasce lá em baixo, no Sudeste e desce subindo para o Nordeste brasileiro, com destino a Alagoas, cortando os Estados da Bahia, Pernambuco, Sergipe, até chegar ao Oceano Atlântico, depois de drenar uma área de aproximadamente 641.000 km². É a vida e o mais importante curso d´água do Nordeste brasileiro. O rio São Francisco atravessa regiões com condições naturais das mais diversas e tem cinco usinas hidroelétricas, ajudando no abastecimento do país.

Apresenta dois estirões navegáveis: o médio, com 1.371 kms de extensão, entre Pirapora (MG), Juazeiro (BA) e Petrolina (PE) e o baixo, com 208 km, entre Piranhas (AL) e a foz, no Oceano Atlântico. Esse transporte fluvial no Velho Chico é outra coisa que hoje enfrenta muitas dificuldades. Esse trecho navegável apresenta condições bastante distintas, entre o período de estiagem e o de cheia...

Artigo: Dominguinhos 75 anos: o mestre da sanfona e sons, das paixões e amores, do silêncio e da solidão

"Que saudade matadeira eu sinto no meu peito. Faço tudo para esquecer, mas não tem jeito."Este é um dos muitos versos que Dominguinhos cantou e tocou com sua sanfona, transformando-a em um instrumento da saudade, sentimento que persiste no coração de todos nós que convivemos com o cantor, compositor e instrumentista.

Hoje 12 de fevereiro se fisicamente estivesse entre nós Dominguinhos completaria 75 anos.

Hoje convidado que fui para participar de Programas de Rádio na região do Vale do São Francisco destaquei a genialidade, simplicidade, humildade do mestre Dominguinhos. Em especial a gratidão que o discípulo tinha por Luiz Gonzaga.

Destaquei dois filmes que fala sobre vida e obra de Dominguinhos: primeiro o documentário "O milagre de Santa Luzia" (2008), de Sergio Roizenblit, no qual o instrumentista viaja pelo Brasil para mostrar as diferentes formas regionais de se tocar sanfona e os principais sanfoneiros do país.

E aquele que mais me toca: O longa metragem webserie "+Dominghinhos". Neste filme é mostrado “Um Dominguinhos que pouca gente conhece: jazzista, improvisador, seu refinamento musical, sua universalidade".

Assim era Dominguinhos. Grande, muito grande. Simples, muito simples.

Aos 6 anos, José Domingos de Morais, O Dominguinhos ganhou a primeira sanfona do pai, o mestre Chicão. Aos 8, já se apresentava com os irmãos, Morais e Valdomiro, em feiras livres e portas de hotel de Garanhuns-Pernambuco, onde nasceu em 12 fevereiro de 1941.

Dominguinhos foi nome dado por Luiz Gonzaga, com quem gravou, em 1957, Moça de Feira. “O menino chegou de um ambiente diferente e começou a viver num mundo glamourizado. Mas foi sempre na dele, sempre com esse jeitão sertanejo”, diz Gilberto Gil no primeiro episódio da web série +Dominguinhos.

A riqueza dessa história levou os músicos Mariana Aydar, Duani e Eduardo Nazarian a promover encontros entre o sanfoneiro e parceiros, antigos e jovens que tocam e contam histórias vividas nos palcos da vida.

Em uma delas, Giberto Gil lembra do tour do álbum Refazenda (1975), em que viajaram juntos mais de 20 mil quilômetros. Em certo momento, Dominguinhos pergunta: “Isso é reggae, é?”. Quando o amigo responde que sim, ele rebate: “Que reggae nada, isso aí é um xotezinho sem-vergonha”.

Dominguinhos conseguiu inovar a arte do mestre!

Antes de começar a luta contra o câncer que o submeteria a uma injustiça do destino vivida em um quarto do Hospital Sírio Libanês, convalescendo na dor física e da alma que sofria Dominguinhos recebeu uma equipe de jovens cineastas. Estavam ali para colocar a água do Rio São Francisco em uma garrafa. Ou, se fosse preciso, em duas.

Ao lado de Djavan, Dominguinhos chorou. Estava visivelmente abatido pela doença, mais magro do que em outras cenas, e parecia sentir as próprias notas em dobro. "Seu Domingos" tirou a água dos olhos e pediu a Djavan um favor com uma humildade de estraçalhar os técnicos do estúdio. "Se você tivesse trazido seu violão, eu ia pedir pra tocar uma música pra mim".

Quando a música aparece, ela vem em turbilhão. Um Dominguinhos de cabeça baixa, de pé, à frente de um grupo, tocando sua sanfona como se estivesse em transe. De olhos fechados, transpassa dedos uns sobre os outros como se tivessem vida própria, como se nem dos comandos do cérebro precisassem.

No documentário é o próprio músico quem narra sua história: o pai que já tocava na roça, lembra de sua sanfoninha de 8 baixos e do primeiro grupo que formou com dois irmãos no Nordeste, quando tinha 8 anos.

Conta das brincadeiras e dos passatempos. "Eu não matava nem passarinho, por pena." A mãe, alagoana filha de índios como o pai, teve 16 filhos, muitos dos quais "iam morrendo" e sendo enterrados em caixõezinhos que o pai já construía como um especialista.

Seus olhos se enchiam de água depressa, sobretudo depois que ele começou seu tratamento contra o câncer. Em uma noite, deixou o quarto do hospital com seu chapéu de vaqueiro, apertou o botão do elevador e fez o nome do pai.

Momento de emoção no filme quando Dominguinhos chega ao teatro no qual a Orquestra Jazz Sinfônica o esperava e sentou-se para tocar De Volta pro Aconchego. Quando sentiu os arranjos sinfônicos atravessando seu peito, não se conteve e chorou uma lágrima graúda, como se soubesse que, ali, era a hora de se despedir.

Levantou a cabeça, tirou o chapéu e chorou...

Por Ney Vital-Jornalista ..