“Nosso objetivo é privatizar todas as estatais. A Petrobras é uma delas”, diz Moro para empresários no Rio

Em agenda nesta terça-feira (29) no Rio de Janeiro, o pré-candidato do Podemos à presidência, Sérgio Moro, discursou para empresários e diretores da Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ).

Moro afirmou que a privatização é a solução para problemas sérios do Brasil e que a Petrobras será privatizada, caso seja eleito.

“O nosso objetivo é privatizar, o quanto for possível, todas as empresas estatais. A Petrobrás é uma delas. Temos que estudar o modelo. Não podemos fazer uma privatização, como foi feito nos outros países, e transformar o monopólio público no monopólio privado. Colocar a produção de óleo e gás no Brasil, na mão apenas de grupos específicos, porque isso também não favorece competição e leva a aumento dos preços. Como você resolve questão de preço e produto e diminui a inflação? É competição do mercado. Então você tem monopólio público, como é praticamente o caso da Petrobras, ou você tem o monopólio privado se você privatizar da forma errada, não vai solucionar o problema”, disse o pré-candidato, que apesar de destacar ser favorável às privatizações, criticou a privatização da Eletrobras dizendo que o modelo adotado foi “uma vergonha”.

Moro também criticou a troca de comando da Petrobras e disse que “ninguém entende o que o atual governo faz” e que, novamente, não há motivos claros para mais uma mudança em cargos chaves.

“Ontem a gente teve a troca do presidente da Petrobras. Alguém acha que vai mudar alguma coisa? Que combustível vai cair por milagre? Ele trocou para que? A Polícia Federal trocou quatro vezes sempre sem uma explicação. Agora o ministro da Educação… Alguém acha que vai melhorar?”, indagou.

O Ministério de Minas e Energia comunicou nesta segunda-feira (28) a escolha do economista Adriano Pires para substituir o general Joaquim Silva e Luna na presidência da Petrobras. Adriano Pires só toma posse após o conselho administrativo da companhia se reunir no dia 13 de abril para deliberar sobre a indicação dele para a presidência da empresa. Essa é a segunda vez que o presidente Jair Bolsonaro muda a chefia da estatal em seu mandato. Em fevereiro do ano passado, o então CEO Roberto Castello Branco foi dispensado.

Em seu discurso nesta terça-feira (29), Moro disse que é preciso focar em soluções para resolver a alta dos preço dos combustíveis e pensar na retomada do crescimento do país.

“O país precisa voltar a crescer. E aí tem toda a discussão de subsidiar o preço do combustível. E como fica a situação do Brasil? O que vai fazer? Como fica o crescimento do mercado com preço manipulado? Tem uma série de questões que a gente tem que enfrentar. Carga tributária excessiva, tributar energia e combustíveis não é estratégia inteligente pro Brasil”, disse.

Na avaliação do ex-juiz da Lava Jato, umas das soluções para a retomada econômica do Brasil é o avanço da reforma tributária e tratou a responsabilidade fiscal como algo “essencial”. Além disso, comentou sobre a atual inflação de mais de 10% e fez críticas ao governo de Jair Bolsonaro.

“Os recursos têm que vir de algum lugar. Se você impacta as contas públicas, o Brasil é visto com desconfiança e os juros sobem. É o que estamos vendo hoje no cenário brasileiro. País estagnado, inflação em 10%. Precisamos ter responsabilidade social, a gente tem visto as pessoas sofrerem por falta de emprego e de recursos”.

CNN / foto: Isaac Amorim/MJSP