Foram encontrados 2 registros para a palavra: livro vidas secas

A seca que vai além das margens do Rio São Francisco reproduz no século 21, o livro Vidas Secas

“Estavam no pátio de uma fazenda sem vida. O curral deserto, o chiqueiro das cabras arruinado e também deserto, a casa do vaqueiro fechada, tudo anunciava abandono. Certamente o gado se finara e os moradores tinham fugido.” Este é um Trecho do livro Vidas Secas, de Graciliano Ramos.

Em um município no qual até órgãos públicos sofrem com a escassez de água, a população de Boa Viagem (CE) é a principal atingida pela seca. Moradora de uma comunidade rural chamada Riacho dos Porcos, a produtora Francisca Rodrigues Amorim, 39 anos, teve que mudar a previsão de plantação por causa da falta de chuvas. “Quando chove a gente planta milho e feijão. Mas como está na seca, a gente acaba plantando coisas menores como acerola”, diz...

Vidas Secas, de Gracilianos Ramos, se repete em pleno século XXI

Bahia, Pernambuco, Ceará e Paraíba. Nestes Estados, o aguaceiro ainda não caiu, mas o mandacaru já deu flor e é justamente isso que tem alimentado a esperança dos moradores. É que na zona rural, o povo tem uma crença, que já foi até eternizada na voz do Rei do Baião, Luiz Gonzaga: quando o mandacaru floresce, é sinal de que a chuva com trovoada está bem próxima.

O sertão está em fogo, o sol chupa os poços. O rio São Francisco agoniza. Os sertanejos continuam a olhar o céu. É esperança última do próximo dia 13 de dezembro, Dia de Santa Luzia. Setembro, outubro e novembro já se passaram. Quando escreveu Vidas Secas, em 1938, Graciliano Ramos não imaginava que sua obra se tornaria um símbolo de luta de convívio com a seca. Sinhas, Fabianos e cachorro Baleia ainda vivem no sertão em pleno século 21...