Artigo: preço silencioso da conexão perdida
Em uma noite da semana, em um restaurante da nossa cidade, um grupo de casais celebrava uma data especial. Em uma mesa ao lado estavam seus filhos. Eram crianças lindas entre 3 e 10 anos de idade, que, por um breve momento, encheram o ambiente de encanto. Sem dúvida, a mesa mais bonita do local. No entanto, assim que se sentaram, de forma quase que orquestrada, as crianças pegaram seus celulares e telas e começaram a navegar em mundos virtuais (será que o conteúdo era próprio para idade?). A conexão entre elas era exclusivamente com os dispositivos; conversas, brincadeiras, descobertas infantis estavam fora de questão.
O que se via ali eram crianças estáticas, sendo assim bem comportadas e silenciadas. O único brilho na mesa era o das telas. Não sei se tiveram a chance de escolher seus pratos, pois quando a comida chegou, seus olhares permaneceram fixos nas telas e a alimentação aconteceu de forma mecânica. Talvez estivessem apenas saciando a fome, pois pelo caminhar das horas para crianças em o período escolar, já era tarde...