PACIENTE COM FIBROMIALGIA FAZ DENÚNCIA GRAVE SOBRE ATENDIMENTO NA UPA DE JUAZEIRO. Secretaria promete apurar o caso

Geraldo me chamo Adriana Maria O. Galvão e venho por meio desta denunciar situações terríveis que aconteceram comigo na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) no dia 15/02 a partir das 15:00 até as 01:20 do dia 16/02.

Dei entrada nessa unidade no horário acima informado, me sentindo muito mal, pois sou portadora de fibromialgia crônica e estava numa situação de crise vindo da rua precisando urgentemente de um atendimento de saúde. Logo na recepção, fui bem atendida pelas funcionárias que de imediato solicitaram uma cadeira de rodas para mim por não estar agüentando ficar em pé já que eu estava sem acompanhante e assim segui para triagem com uma enfermeira, em seguida fui bem atendida por um médico que viu a minha situação e me questionou quais medicamentos eu costumava usar quando chego naquela situação crítica lá mesmo na UPA.

Informei de imediato e comuniquei ao próprio médico que eu não tinha condições de ficar sentada, pois meu corpo estava sentindo além de dores muitos choques precisando de um leito sendo permitido por ele solicitar no posto de enfermagem uma cama. Fui na cadeira de rodas entreguei o meu prontuário com o pedido, liberado pelo médico,  para me colocarem em uma cama, porém, estagiárias de técnica de enfermagem me informaram que não havia leito disponível.

O meu estado de crise era terrível Geraldo, eu preciso esticar todo meu corpo e principalmente minhas pernas não podendo aceitar as poltronas, pois as pernas ficariam penduradas piorando a crise. Pedi as técnicas e estagiárias de enfermagem que não me aplicassem acesso para soro nas mãos, pois eu estava sentindo fortes choques nas mãos e também não aceitava que me colocassem o acesso com "gelco", pois eu já tive problema com esse material pedindo que usassem escalpe.

Em fração de segundos, senti um forte choque na mão direita que chamou minha atenção foi quando uma técnica introduziu um "gelco " na minha mão esquerda próximo ao dedo indicador gerando uma dor insuportável que me levou aos gritos e devido a essa minha reação ouvi dessa mesma técnica o seguinte: “MULHER DEIXE DE FRESCURA”. Como uma pessoa com fibromialgia que gera dores generalizadas e ainda piorando pelo que ela fez estaria com "FRESCURA?” Eu gritei que eu estava com muita dor e não “FRESCURA”, foi quando ela me largou com o gelco pendurado na minha mão sem encaixar a mangueira do soro escorrendo sangue que deixou todas as pessoas que estavam presentes perplexas pela atitude dela.

Minutos depois minhas dores aumentaram e fui me arrastando com um suporte de soro deitar em bancos para tentar esticar o corpo. Nessa situação as dores só aumentavam foi quando uma técnica veio até mim e aplicou um medicamento injetável na minha veia quando perguntei por três vezes o que ela estava me aplicando e nas duas primeiras respostas que recebi foi: “VOCÊ JÁ USOU ESSE MEDICAMENTO AQUI SE ACALME... MULHER VC JÁ USOU ISSO AQUI”. Não satisfeita eu exigi saber do que era aquela injeção aí sim ela me disse que era dexssametacssazona. Como pode uma profissional de saúde achar ruim informar ao paciente o medicamento que ele está recebendo principalmente na veia?

Uma paciente que estava ao meu lado, comovida com minha situação pediu à técnica que sugerisse ao médico que me aplicasse morfina, pois eu já tinha passado por situações semelhantes que esse medicamento era o que resolvia e a profissional informou que não tinha morfina na unidade.

Por volta das 18:30h, minha mãe chegou e exigiu que providenciassem  uma cama para mim, pois eu já havia caído dos bancos devido aos choques e dores, além deles serem estreitos demais. Fui levada para um leito onde não tinha grade de proteção e incrivelmente o colchão também era estreito por ser de uma maca. Minha mãe precisou ir urgente em casa quando eu recebi mais choques devido a crise caí desse leito e pela segunda vez fui acusada por funcionários de ter me jogado ao chão.

Geraldo o momento mais terrível e constrangedor que eu passei foi quando precisei ir ao banheiro e o maqueiro com a cadeira de rodas foi me conduzir procurando antes uma técnica para ficar comigo no sanitário, por falta de mais uma profissional feminina, esse maqueiro ficou juntamente com a técnica no sanitário me sustentando perguntando por três vezes se eu havia terminado para ser conduzida à cama. Esse fato quando me lembro vem uma sensação de impotência com revolta por ter que me expor dessa maneira.

Mais uma vez outra técnica foi colocar outro acesso em mim, pois o anterior havia saído da veia e eu pedi pra não furar minhas mãos, foi quando ela disse que assim não daria sem ao menos tentar acessar outra parte do meu corpo com o soro e a mesma ainda anotou no prontuário que eu me neguei a receber o acesso sendo que essa informação não foi à correta!

Com todo esse absurdo Geraldo José eu te pergunto: O que está acontecendo com o atendimento da Saúde em nossa cidade,  onde nós cidadãs ao precisarmos de um atendimento nessas unidades somos acusados abertamente e sem respeito ou moralidade que estamos com FRESCURA?

Fragilizada e revoltada com o que me aconteceu na UPA, procurei os gestores da unidade para passar os fatos assim também como prestei queixa e espero que os gestores municipais se pronunciem, pois pela enfermidade que tenho estou receosa de precisar recorrer a essa unidade numa outra crise e acontecer ainda pior comigo.

Aproveito aqui ainda para agradecer a três profissionais humanos: Dr. ILLO e aos técnicos de enfermagem Rosimeire e Rômulo pela assistência à mim prestada.

Muito obrigada Geraldo pela vossa atenção!

Adriana Mara O. Galvão

NOTA DA SESAU

A Secretaria de Saúde de Juazeiro (SESAU) informa que a paciente foi ouvida pela equipe da UPA e informada que o episódio será apurado e averiguado com rigor e que todas as medidas cabíveis e necessárias serão tomadas visto que a gerência administrativa não comunga com nenhuma conduta do tipo relatado. A SESAU esclarece que preza pela assistência com respeito, humanizada e de qualidade à população.