Valmir diz que Temer sempre foi Cunha e pede eleições diretas

Depois de um dia difícil acompanhando os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Funai-Incra, o deputado federal Valmir Assunção (PT-BA) tomou conhecimento da notícia que abalou as estruturas do Palácio do Planalto: a delação dos donos da JBS, os irmãos Joesley e Wesley Batista. O presidente Michel Temer (PMDB) teria dado o aval para pagamento de mesada ao ex-presidente da Câmara Federal, o ex-deputado preso Eduardo Cunha (PMDB-RJ), condenado na Lava Jato, para que não falasse.

"Vivemos um momento delicado da política brasileira, porque o presidente golpista Michel Temer foi flagrado praticando crimes graves, com provas incontestáveis segundo a imprensa nacional. Agora cabe aos partidos democráticos cobrarem eleições diretas, para que o povo brasileiro possa escolher os destinos do país. Temer só tem duas saídas, ou ele renuncia ou a Câmara abre um processo de impedimento contra ele. Tenho convicção de que o governo do golpista acabou. A sessão na Casa foi interrompida justamente por conta desta crise", diz Valmir.

Cunha teria recebido, assim que foi preso, cerca de R$ 5 milhões, e o senador Aécio Neves (PSDB-MG) também foi gravado, pedindo R$ 2 milhões a Joesley. Conforme informações, o dinheiro foi entregue a um primo do presidente do PSDB, em cena filmada pela Polícia Federal (PF). O dinheiro foi rastreado e a PF descobriu que o depósito foi feito para uma empresa do senador Zezé Perrella (PSDB-MG).

"Enquanto lutamos diariamente para defender os movimentos sociais para que eles não sejam incriminados, o governo conspira para obstruir a justiça. Estive hoje com deputados para entregar um relatório alternativo da CPI da Funai-Incra ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot. O relatório alternativo traz o debate sobre a violência no campo e sugestões para aprimorar a demarcação de terras indígenas, o reconhecimento do território quilombola e a reforma agrária", completa.

Ascom do deputado Valmir Assunção