Descarte irregular de lixo e entulho compromete limpeza do município

Entre resíduos sólidos, entulho e lixo domiciliar, a Secretaria de Serviços Públicos coleta mais de 300 toneladas das ruas da cidade todos os dias. Entre esse materiais estão garrafas pet, móveis, eletrodomésticos, latas e pneus, além de restos de materiais de construção de obras particulares que são jogados em canteiros, canais, terrenos baldios e até mesmo nas praças.

Máquinas, caçambas e agentes de limpeza são utilizados no recolhimento desses materiais. A programação para a execução desse trabalho é realizada através dos chamados da comunidade que chegam à secretaria todos os dias pelos canais de comunicação pelo (74) 3612-5411, e também via ofício para o endereço Quadra H, nº 14, Distrito Industrial do São Francisco.

“O volume de lixo jogado nas vias públicas ainda é muito grande. É fundamental que a população colabore, pois a coleta domiciliar acontece regularmente para que as pessoas dêem destino correto aos seus resíduos. Então, com todo esse trabalho, com os mutirões que sistematicamente realizamos em todos os bairros da cidade não justifica o descarte de lixo em locais públicos", observa o secretário da SESP, Celso Leal.

No caso de recolhimento de entulho de obras particulares, a Secretaria de Serviços Públicos dispõe desse serviço. Basta que o cidadão procure a Secretaria de Meio Ambiente e Ordenamento Urbano, pague a taxa de arrecadação municipal (DAM) no valor de R$ 84,46 por carrada de caçamba de 12 toneladas para que a SESP possa fazer a coleta corretamente. “Boa parte do material espalhado é deixado pelos carroceiros que são contratados para transportar restos de construção. Outro problema são os terrenos baldios que acabam sendo utilizados como área de descarte, infelizmente, mas é algo que o município já vem atuando fortemente. Deixar a nossa cidade bonita, fiscalizar é uma atitude de todos”, colocou Jorge Medrado, diretor de limpeza do município.  

A margarida Francisca das Chagas de Lima, que exerce a profissão há mais de dez anos, fala sobre a insatisfação em relação ao descarte inadequado do lixo. “Parece mentira, mas até hoje escuto pessoas dizendo: ‘eu jogo lixo na rua porque tem os garis para limpar, eles são pagos por isso’. Sim, nós recebemos para isso, mas a nossa alegria não é ver que tem lixo para recolher, não é ver a rua suja. Isso é algo triste, pois a gente queria que cada um fizesse a sua parte, assim como eu e meus colegas cuidamos de nossa cidade. Jogar lixo na rua é falta de educação e de respeito com a cidade”, observa a margarida.

Em 2014 o município se adequou a Política Nacional de Resíduos Sólidos, instituída pela Lei n°12.305/2010 e hoje conta com a Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis de Juazeiro (COOPERFITZ), que é uma organização não governamental que tem como objetivo executar serviços de triagem, beneficiamento, armazenamento e comercialização de resíduos recicláveis, como também contribuir com a limpeza urbana e com o meio ambiente.

De acordo com o coordenador técnico da Cooperativa, Clébio Luiz Barbosa Jatobá, a cooperativa recolhe em Juazeiro materiais nas ruas, pontos comerciais e durante festas na cidade, a exemplo do Carnaval e São João dos bairros. “Nós reaproveitamos todos os materiais secos, a exemplo de papelão, papel branco, plástico, madeira, entre outros. Por dia em Juazeiro são reaproveitados 1.000kg de lixo domiciliar. Precisamos mobilizar cada vez mais a comunidade, para sua participação efetiva e ativa na implantação da coleta seletiva de resíduos sólidos, separando os materiais recicláveis e/ou reutilizáveis diretamente na fonte de geração. A reciclagem por si só não pode ser considerada a solução, mas que a mudança de hábitos e atitudes pode levar a sociedade a tomar medidas mais abrangentes, com ações que minimizem a quantidade de resíduos nas ruas da cidade”, ressaltou Clébio.

O representante da cooperativa, Raimundo Francisco da Silva, agradeceu o apoio da SESP. “Vivíamos em situações precárias, e com a cooperativa tivemos um pouco mais de dignidade no nosso trabalho. Hoje damos um destino correto ao lixo, e além do mais geramos renda para nosso próprio sustento. Precisamos conscientizar as pessoas da importância da coleta seletiva, ganha o município, e principalmente o meio ambiente”, enfatizou Raimundo. 

Ascom/Juazeiro/ Foto: Arquivo