ESPAÇO DO LEITOR: CONCURSADA À PROCURA DA VERDADE

O que é real ou ilusão? Esta é uma questão fundamental que a humanidade tem buscado responder, é a questão à procura da verdade. O que é verdadeiro? O que é mentiroso? A inquietude sobre a verdade se tornou crucial nestes últimos dias, pois o tempo – outro importante objeto de questões filosóficas - tem sido usado como argumento dissimulador da verdade, ou melhor, como fundamento da oficialização da mentira.

Sem mais delongas, vamos direto ao assunto. Assim como muitos que passam pela mesma angústia, fui aprovada e classificada para ocupar uma das vagas declaradas existentes pelo Edital 001/2016, da Prefeitura Municipal de Juazeiro. A prova, a encargo da AOCP, foi realizada em 24 de abril de 2016, e a homologação do resultado final e classificatório ocorreu em 13 de junho de 2016. Entre a data da prova e a homologação do resultado transcorreram 50 (cinquenta) dias, menos de dois meses.

Na mesma data (13 de junho de 2016), através de Decreto do Executivo Municipal, foi também homologado no Diário Oficial o resultado do certame, abrindo-se, desta forma, o prazo para a convocação e nomeação dos aprovados aptos a ocuparem os respectivos cargos. Entre esta homologação e o dia de hoje já transcorreram quase 60 (sessenta) dias.

Pois bem. Após inúmeros questionamentos sobre os motivos da não convocação, a administração tem usado criativamente inúmeras desculpas, dentre elas e a mais recorrente, a de que está organizando o edital para tal finalidade. Bingo! É aqui que reside a questão fundamental. Será real ou ilusão? O que a administração diz é verdadeiro ou é mentiroso? Como crer como verdadeiro um argumento que tem como fundamento o tempo para a elaboração de apenas um edital, se no mesmo tempo foram elaboradas 25 (vinte e cinco) publicações pela AOCP, entre editais, anexos e pareceres. Como ter por verdade a justificativa do tempo, se em menos tempo mais atos similares e mais complexos foram praticados pela AOCP.      

O argumento se torna mais improvável quando levamos em conta dados da prática costumeira e da realidade, mais precisamente quando sabemos que é costume que a administração se utilize de pessoas contratadas para ocuparem cargos no serviço público, e que esta realidade é sabida e passível de prova, a contrariar mais uma vez o argumento posto. Então, será real que o motivo da não convocação é a elaboração do edital para tal fim, ou o verdadeiro motivo é que as vagas ainda estão sendo ocupadas por contratados, e o momento eleitoral – olha o tempo aí de novo- é o fator complicador da convocação?

Enquanto o famigerado edital não sai, cá estou eu, ou estamos nós, à procura da verdade, mas, por óbvio, sem acreditar nas mentiras.

Concursada Juazeirense