Artigo: SAAE, COELBA E OI

Há muitos tempos atrás, ainda naquela época que Juazeiro transpirava cultura por todos os poros, justamente na época em que a AUJ (Associação dos Universitários de Juazeiro), da qual este escriba, mui orgulhosamente fez parte, onde na Rádio Juazeiro existia um programa no qual desfilavam os grandes cronistas da nossa terra, ao meio dia e meia, cada qual demonstrando sua capacidade e sua habilidade com a escrita, onde a Prof. Marta Luz, minha professora de português no curso Científico do Colégio Dom Bosco,  a Profa. Ozelina Pergentino Nunes, Laize de Luna Brito, o Prof. Edilson Monteiro, Henrique, do Banco do Brasil, Joseph Bandeira e Luiz Souto Freire. Algumas vezes sobrava algum espaço para algum “enxerido” e, lá ía eu com algum escrito.  Lembro-me, porém,  perfeitamente  ter escrito uma crônica intitulada: ‘Coelba, SAAE e Telebahia’, falando do mal atendimento desses serviços aos seus usuários. Isso , lá se vão mais de trinta anos.

Passado todo esse tempo, parece que nada melhorou. Tudo está na mesma!

Quando a Telebahia extingiu-se e, em seu lugar surgiu a OI, empresa substituta da primeira,  parece-nos ter sido pior hoje, do que naquele tempo. Apesar de serem criadas Leis que determine que um usuário não deva esperar mais de quinze segundo para ser atendido, eles inventaram uma  “atendente virtual”, que nos enerva quando precisamos falar com aquele   orgão, além de nada entender daquilo que se fala, ela é uma máquina. Tamanha é a “consideração” que eles têm para com os seus usuários.  E por aí vai, sem que nada tenha mudado nesses mais de trinta anos. Contas absurdas, invenção de determinadas ligações que nunca fizemos, etc.

O SAAE continua, apesar de ser uma das maiores fonte de arrecadação do município, tem  uma sistemática de prestação de serviços do Século XIX. Queixando-se, sempre, de não possuir estrutura que seja capaz de atender ao crescimento populacional de Juazeiro. Desde que eu era menino, que ouvia falar na construção de uma nova Estação de tratamento em Juazeiro e... até hoje nada.

Enquanto não existir esta nova Estação de Tratamento, o caos da falta d’àgua será nosso eterno companheiro. Mesmo vivendo às margens de tão caudaloso rio.

A COELBA, que desde o Governo passado deixou de ser uma empresa pública para se tornar uma empresa privada, pertencente ao grupo espanhol  HIBERDROLA, já diz, desde muito tempo a lenda que: o nosso fornecimento de energia, não resiste nem mesmo um animalzinho urinar no pé de um poste, que ela desliga, muito menos às chuvas.

Para piorar a situação, a empresa centralizou na Capital do Estado o seu setor de queixas, o seu Call Center, onde o mais interessante é que a atendente não sabe onde fica os bairros das cidades e nem a importância de cada um deles no contexto da empresa.

Com um sistema de cobrança da conta de luz que é o menos criterioso do mundo, pois cobra a tarifa trifásica onde ela é monofásica e urbana onde  rural. Em nosso Juazeiro só precisa pintar umas poucas nuvens escuras lá no oriente, já falta energia por várias horas. Para piorar a situação, a COELBA arranjou uma  empresa para lhe prestar serviços que é o pior desastre do mundo quando se trata de ser solicitada para a verificação de falta de energia em qualquer ponto da cidade. Para ficar pior ainda, colocou o Call Center da empresa em Salvador, para atender a todo Estado quando, na maioria das vezes a atendente, apesar de não ser virtual, é pior do que fosse, porque são por demais ignorantes  quanto à localização das nossas cidades, dentro do nosso Estado.

Mais de trinta anos se passaram desde que escrevi esta crônica e, até hoje, nada mudou.

Subiram, por demais, os preços da energia; a dificuldade para uma ligação elétrica aumentou em muito; as cobranças firam muito mais incisivas; o SAAE passou a cobrar uma taxa de 75% de esgoto sobre o valor da conta de água; a Oi foi o pior desastre que poderia ter nos acontecido nos últimos anos em termos de telefonia.

Enquanto isso nós, podres mortais, não temos para quem apelar. Estamos sujeitos à ganância desses serviços que jamais poderão ser chamados de “Serviços públicos”.

Só nos resta lutar contra esse tipo de coisa já que, para nossos governantes, quanto mais caótica a situação, melhor!

Por 

Dr. Carlos Augusto Cruz

Médico e Advogado