Jogadoras falam sobre casos de Robinho e Daniel Alves

As palavras de Leila Pereira, presidente do Palmeiras e chefe de delegação da seleção brasileira na Europa, foram as primeiras de autoridades ligadas à CBF sobre os casos de Daniel Alves e Robinho - condenados por estupro pelas Justiças da Espanha e da Itália.

Depois disso, jogadoras do futebol feminino passaram a usar as redes sociais nesta quinta-feira para falar dos casos. Ary Borges e Kerolin, atletas da seleção e com passagem no Palmeiras, foram as primeiras a se posicionarem.

- Leila Pereira, gigante, como mulher se posicionou e digo mais, mostrou como pessoas que tem voz, espaço, influência poderiam se posicionar. Até quando só mulheres? Até quando mulheres irão continuar sofrendo esses e outros tipos de crimes e as pessoas que cometem sairão ilesas? - questionou Kerolin, que está no North Carolina Courage, nos Estados Unidos.

Leila está em Londres, na Inglaterra, com a seleção brasileira e foi perguntada se as condenações de Daniel Alves e Robinho são comentadas na delegação. A dirigente disse que "ninguém fala nada", mas que ela como mulher na chefia precisa se posicionar e afirma: "É um tapa na cara de todas nós mulheres".

– Ela mostrou que é isso que pessoas em posições de impacto precisam fazer. Mas será que até quando apenas mulheres vão continuar se expondo, sozinhas a repudiar situações como essa, ou no caso, CRIME como estes? – questionou Ary, que está no Racing Louisville, nos EUA.

Daniel Alves foi condenado pela Justiça da Espanha a quatro anos e meio de prisão por agressão sexual contra uma mulher dentro de uma boate de Barcelona, em dezembro de 2022.

Na quarta-feira, dia 20 de março, a Justiça aceitou o pedido de liberdade provisória da defesa, mediante pagamento de fiança de R$ 5,45 milhões e retirada de passaportes. O jogador cumpre prisão preventiva há 14 meses.

– Eu estava evitando falar porque só conseguia sentir raiva. Mas é inaceitável o cara pagar para ter o direito de estuprar uma mulher. Ele não pagou por sua liberdade ou porque se arrependeu do que fez ou para provar sua inocência. É inadmissível! – completou Ary, nas redes sociais.

Robinho, por sua vez, está condenado - desde 2022 - a nove anos de prisão pela Justiça da Itália, pelo crime de estupro ocorrido em 2013. O ex-atleta, contudo, estava no Brasil quando saiu a decisão em última instância, e o país não extradita cidadãos à Itália. Na quarta-feira, porém, o Superior Tribunal de Justiça decidiu que ele deve cumprir a pena no Brasil.

Ary Borges e Kerolin costumam ser vozes ativas pelos direitos das mulheres no futebol feminino, e ambas passaram pelo Palmeiras em diferentes momentos da carreira.

Kerolin chegou a assinar com o Verdão em janeiro de 2019, mas um mês depois foi anunciado que ela havia falhado em um teste de doping feito ainda pelo Audax, na Libertadores de 2018. Ela cumpriu a suspensão e voltou a atuar em 2021. Ary, por sua vez, chegou ao Palmeiras em 2020 e permaneceu por três anos, sendo campeã da Copa Paulista, Paulistão e da Libertadores.

Globo Esporte Foto reprodução redes sociais