"É muita antena para pouca comunicação", diz professor doutor Aderaldo Luciano

Uma foto postada nas redes sociais chamou a atenção. "A Peleja do Diabo contra o Dono do Céu", música de Zé Ramalho E o audio acompanhado pela reflexão: Muita antena pra pouca comunicação.

A foto se torna uma denúncia jornalística afinal está presente em todos os municipios.

A REDEGN deixa o espaço para que as autoridade e ou responsáveis "pela desorganização, poluição visual" possam prestar informações sobre o caos provocado pelas dezenas de cabos e fios. Quais são as regras usadas?

Aderaldo Luciano  nascido em Areia, na Paraíba, é poeta pautado pela estética da poesia do povo. Estudioso da poesia e da música do Brasil profundo, é mestre e doutor em Ciência da Literatura, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Autor dos livros Romance do Touro Contracordel (Adaga, 2017), Eventos Sob O Sol A Pino, Incidente Sob A Lua Cheia (Luzeiro, 2016), Apontamentos Para uma História Crítica do Cordel Brasileiro (Luzeiro/Adaga, 2012), O Auto de Zé Limeira (Confraria do Vento, 2008). Co-autor em Violência Simbólica e Estratégias de Dominação: produção poética de autoria feminina em dois tempos (Editora da Palavra, 2010) e Quem Conta um Conto ? Estudos Sobre Contistas Brasileiras Estreantes Nos Anos 90 e 2000 (Tempo Brasileiro, 2009) ambos organizados pela professora Dra. Helena Parente Cunha. Foi coordenador editorial da Editora Luzeiro LTDA, especializada em cordel. Coordena o projeto Roda de Cordel - Círculo de Estudos Sobre o Cordel Brasileiro, em São Paulo-SP, e Roda de Cordel ? Leituras, projeto de leitura de cordéis em escolas e comunidades rurais brasileiras. É professor convidado da Universidade das Quebradas, curso de extensão do PACC-Projeto Avançado de Cultura Contemporânea da UFRJ.

Em 2011 foi palestrante convidado do Europalia ? international arts festival, Ano do Brasil na Bélgica, com conferência na Bibliothèque Médiathèque Le Phare, em UCCLE, e performance musical no Club.Brasil em Bruxelas, em 2013 ganhou a Bolsa de Circulação Literária da Biblioteca Nacional/Funarte com o projeto Rotas Do Cordel Na Borborema, cujo eixo principal foi a formação de professores para trabalhar com o cordel na sala de aula.

MÚSICA: com tanto dinheiro girando no mundo
Quem tem pede muito Quem não tem, pede mais
Cobiçam a terra e toda riqueza
Do reino dos homens e dos animais
Cobiçam até a planície dos sonhos
Lugares eternos para descansar
A terra do verde que foi prometido
Até que se cansem de tanto esperar
Que eu não vim de longe para me enganar

No tempo do homem, a mulher e o filho
O gado novilho urra no curral
Vaqueiros que tangem a humanidade
Em cada cidade, em cada capital
Em cada pessoa de procedimento
Em cada lamento palavras de sal
A nau que flutua no leito do rio
Conduz à velhice, conduz à moral

Já que tudo depende da boa vontade
É de caridade que eu quero falar
É daquela esmola, da cuia tremendo ou me mato ou me rendo, é a lei natural
Ói no muro de cal espirrado de sangue
De lama, de mangue, de rouge, e batom
O tom da conversa que ouço me criva
De setas e facas, e favos de mel
É a peleja do diabo com o dono do céu

Redação redegn Foto redes sociais