Exclusivo: Parceria entre a Association for the Conservation of Threatened Parrots (Curaçá Bahia) e o Governo Federal deve ser revisado

Após a denúncia feita na semana passada pela Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas) de que 30 araras brasileiras foram vendidas para o Green Zoological, Rescue and Rehabilitation Kingdom, zoológico que está sendo construído na Índia, a REDEGN, apurou que parceria entre a Association for the Conservation of Threatened Parrots e o Governo Federal foi firmada há alguns anos, em gestões anteriores, deve ser revisado. As informações são da Jornalista Suzana Camargo, site Conexão Planeta Terra.

 O programa de reintrodução que ocorre atualmente na Bahia só foi possível porque a ACTP enviou 52 ararinhas-azuis, nascidas em cativeiro, na Alemanha, para o Refúgio Silvestre de Curaçá, em março de 2020. 

Todavia, ao longo dos últimos anos, surgiram denúncias sobre a idoneidade de Martin Guth, o proprietário da associação. E agora, com a polêmica envolvendo o envio não autorizado das araras para a Índia, não se sabe como ficará a relação entre os parceiros.

Atualmente há 186 ararinhas-azuis no plantel da ACTP em Berlim, segundo informações do ICMBio. Já em Curaçá existem 39 indivíduos dentro das instalações do refúgio e onze soltos na natureza.  O envio de mais animais da Alemanha para o Brasil está em discussão. 

O Conexão Planeta questionou a assessoria de imprensa sobre como ficará a parceria daqui para frente. Por e-mail, recebeu a seguinte mensagem:

“O ICMBio teve reunião em agosto com a ACTP para discutir o acordo. Há desde então conversas para revisá-lo, conduzidas pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (CEMAVE). O governo avalia se as questões tratadas na 77ª Reunião do Comitê Permanente da CITES podem afetar a revisão do acordo”.

Segundo uma reportagem divulgada pelo site ((o))eco jornalismo ambiental e reproduzida pela REDEGN,  dia (08/11), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) informou que o Brasil pedirá a repatriação das 26 ararinhas-azuis e das quatro araras-azuis-de-lear enviadas em fevereiro à Índia pela ACTP, da Alemanha.

“O Governo Federal avaliará todas as medidas possíveis para repatriação das aves submetidas às operações comerciais mencionadas no Documento 33.8 da CITES”, afirma o ICMBio. “As transferências internacionais de espécimes de ararinha-azul só devem ser autorizadas pela CITES quando de acordo com o Programa de Manejo [da ave] e referendadas pelo Governo Brasileiro”.

Todavia, no último domingo (05/11), a ACTP emitiu uma nota declarando que informou o governo brasileiro sobre o envio das araras para a Índia. Entretanto, pouco depois, também em nota, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) negou a informação e destacou que ela era falsa. Ressaltou ainda que não reconhecia a parceria entre a associação alemã e o zoológico indiano.
 

Redação Redegn com informações O Eco e Conexão Planeta Foto Divulgação