Detran-BA e SPM promovem campanha de combate ao machismo e importunação sexual no trânsito

Pare. Importunação sexual é crime. Denuncie através do 180. Com o objetivo de erradicar o assédio e a importunação sexual no trânsito e nos modais de transportes, o Detran-BA (Departamento Estadual de Trânsito) em parceria com a Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM), realiza uma campanha que envolve a capacitação de servidores e agentes públicos, além da conscientização da sociedade para erradicar esses crimes. O lançamento oficial do projeto será no dia 04 de dezembro.

Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, cerca de 30% das mulheres brasileiras sofreram algum tipo de violência de gênero no ano passado. Uma outra pesquisa, dessa vez do DataFolha, revela que quatro em cada 10 mulheres receberam 'cantadas' ou comentários desrespeitosos enquanto se deslocavam por alguma via.

A campanha que já está nas ruas surge exatamente para banir estereótipos preconceituoso como "lugar de mulher é na cozinha e não no volante", além de importunação em modais como ônibus, metrô e transportes por aplicativos. A proposta é formar multiplicadores para que a informação seja disseminada alertando para a denúncia de quem pratica o crime.

Para o diretor-geral do Detran-BA, Rodrigo Pimentel, as ações transversais são fundamentais para a promoção de políticas públicas voltadas às mulheres. "Está mais do que provado que as mulheres são melhores condutoras que os homens. Mais cuidadosas e cautelosas. Além disso, temos que exterminar essa questão do assédio e da importunação. É inadmissível que ainda tenhamos que tratar sobre esse tema, em pleno século XXI. O respeito é o primeiro passo para uma vida em sociedade mais digna", pontuou.

Durante a campanha, profissionais da SPM farão a capacitação de servidores administrativos do departamento, policiais militares que estão à disposição do órgão e agentes que atuam nas blitzes. Além da capital, haverá uma "caravana" pelos principais territórios de identidade como forma de ampliar a ação.

Pesquisa e Violência

O tipo de agressão mais comum sofrido pelas mulheres é a ofensa verbal, quando há insulto, humilhação ou xingamento: 23,1% delas foram alvo desse tipo de violência. Em seguida, estão perseguição (13,5%), ameaças (12,4%) e agressão física (11,6%). Depois as ofensas sexuais (9%), espancamento ou tentativa de estrangulamento (5,4%), ameaça com faca ou arma de fogo (5,1%), lesão provocada por algum objeto atirado (4,2%) e, por último, esfaqueamento ou tiro (1,6%), segundo a pesquisa DataFolha.

Esses números significam que, ainda é necessária a intervenção do estado. Para a secretária da SPM, Elisangela Araújo, o Governo do Estado tem investido para erradicar todo o tipo de violência contra a mulher.  "O governador Jerônimo Rodrigues nos deu a missão de eliminar todas as formas de discriminação de gênero, sobretudo, nos quesitos do assédio, importunação e violência contra nós mulheres", finalizou. 

Para denunciar qualquer tipo de violência o número é 180.