Segurança sanitária dos sistemas de tratamento de esgoto doméstico é tema de formação com equipe que atua em comunidades rurais

Mais de 200 tecnologias sociais de tratamento de esgoto doméstico, com reúso agrícola, estão implementadas em comunidades rurais de Campo Formoso, Casa Nova, Curaçá, Juazeiro, Remanso, Sento Sé, Uauá e Sobradinho, na região norte da Bahia. Para potencializar o trabalho de assessoria às famílias, atualizar sobre o debate do assunto e planejar outras ações, foi realizada uma formação com técnicos/as do Irpaa que atuam nesses municípios.

O colaborador do Irpaa, Almir Santos, que trabalha em comunidades de Sento Sé, destaca que o dia de estudo vai auxiliar nas ações e nas discussões desses temas junto às famílias agricultoras. “Foi muito importante, a gente como técnico de campo está sempre buscando informações e mais orientações para gente estar passando para nossos agricultores. Fiz muitas anotações, vai servir para ter como orientar as comunidades, como é que se faz o manuseio ideal das caixas de gorduras, como que faz o tratamento, de que forma podemos estar usando da melhor forma essas águas (de reúso)”.

A divisão justa do trabalho doméstico também esteve entre os temas do encontro, um debate necessário que precisa ser pautado na atuação das entidades e equipes, tendo em vista que o manejo das tecnologias deve ser assumido pela família, não apenas pelas mulheres. “Uma das coisas bastante evidente no momento de estudo foi como é que a gente potencializa esse trabalho que é desenvolvido por mulheres e homens, mas também fazendo essa reflexão da sobrecarga de trabalho das mulheres. Como é que a gente, no nosso processo de formação com as famílias consegue estar fazendo esse estudo e trazendo essa participação mais efetiva, já que a maioria das tecnologias é familiar”, enfatiza a colaboradora do Irpaa, Lealda Maria Santos, que atua em Juazeiro.

Lealda também destaca a importância de ter um olhar mais amplo, considerando “a linha do tempo, desde o momento que a família carece da política pública, até o momento que ela é implementada; mas também as reflexões a partir dos cuidados, manutenção e o envolvimento da família”.

O colaborador do Irpaa, André Rocha, ressalta que a formação com a equipe técnica é para “criar o máximo de oportunidades para que todo mundo tenha acesso às informações, às ideias, aos consensos, aos objetivos que a gente vai construindo dentro do Irpaa e também nos espaços externos”.

André enfatiza que foram discutidos diversos aspectos relacionados às tecnologias de Saneamento Rural, como por exemplo o que é necessário para garantir a eficiência dos sistemas e a qualidade “para que não fique fora da margem de segurança, que a gente considera o efluente seguro, para esse reúso agrícola”.

A atividade aconteceu nesta quarta-feira (4), no Centro de Formação Dom José Rodrigues, em Juazeiro. De acordo com André, o momento serviu para “animar o pessoal, socializar essa incidência política, os avanços, os desafios e as perspectivas para que todo mundo faça a mesma narrativa, a incidência e esteja atento aos mesmos aspectos que outras organizações das redes, onde o Irpaa incide, fazem”.

Em grupos, os/as participantes avaliaram os avanços, desafios e o que precisa ser feito para aprimorar o trabalho. Como um dos encaminhamentos, foram planejados, para os próximos dois meses, intercâmbios entre as famílias nas próprias comunidades, para que elas visualizem e se inspirem em experiências bem sucedidas de outros/as agricultores/as. As tecnologias que as famílias têm nessas comunidades são diversas, a exemplo do reator UASB, Bioágua familiar e Bacia de Evapotranspiração (BET); todas implementadas por projetos executados pelo Irpaa e por outras entidades do território.

 

Eixo Educação e Comunicação do Irpaa