Hospital Regional de Juazeiro realiza primeira captação de órgãos

Já era noite quando a equipe da Central de Transplantes da Bahia chegou ao Hospital Regional de Juazeiro (HRJ) nesta quinta-feira (29). O intuito: realizar a primeira captação de órgãos do complexo hospitalar administrado pelas Obras Sociais Irmã Dulce (OSID), autorizada pelos familiares de um paciente de 43 anos, que teve o diagnóstico de morte encefálica após um Acidente Vascular Cerebral (AVC) isquêmico. Essa também foi a primeira captação de órgãos da cidade de Juazeiro.

Conduzido em conjunto com a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT) do Hospital Regional de Juazeiro, o procedimento durou cerca de duas horas, sendo concluído por volta das 22h20. Em meio à tristeza causada pelo luto, a dor do pesar transformou-se em um gesto de solidariedade e resultou na captação de dois rins, que foram doados para duas pessoas que aguardavam na fila de transplante.

Durante todo o processo de diagnóstico de morte encefálica, definida através de um rigoroso protocolo que consiste em exames clínicos e de imagem, foi realizado o processo de sensibilização, explicou o vice-presidente da CIHDOTT, Wadson Andrey. "O respeito ao luto da família é essencial, pois se trata de um momento difícil. O nosso papel enquanto profissionais é, antes de tudo, acolher, orientar e respeitar a sua decisão", afirmou.

Além do acolhimento aos familiares e o diagnóstico de morte encefálica, o protocolo de captação também envolve etapas importantes como a avaliação da elegibilidade do paciente doador e sua manutenção clínica. Constatada a possibilidade, é feito o contato com os receptores para o andamento do transplante e também a locomoção dos membros da equipe da Central de Transplantes da Bahia.

De acordo com Andrey, a primeira captação de órgãos do município de Juazeiro é resultado do trabalho realizado pela Comissão no HRJ desde a sua certificação, em 2022. "É um feito muito importante para Juazeiro e região, esse novo passo representa esperança e uma nova chance para quem aguarda por um transplante", declarou.

Mayane Santos - Ascom HRJ