Entidades fazem monitoramento e avaliação das ações do Programa Água Doce

Compartilhar os resultados, evoluções, problemas e definir os encaminhamentos para direcionar as ações do Programa Água Doce (PAD) são alguns dos objetivos das reuniões de monitoramento realizadas a cada três meses.

Assim, as organizações não governamentais, que executam o PAD na Bahia, monitorando os 291 sistemas de dessalinização, que proporcionam acesso a água de qualidade para o consumo de centenas de famílias, se reúnem na quarta (24) e quinta-feira (25), em Juazeiro para compartilhar e avaliar as atividades executadas no último trimestre.

“Essa avaliação é de suma importância, porque a gente consegue vê onde realmente os sistemas estão efetivamente funcionando (…), qual a forma que eles estão funcionando, se tem algum gargalo e verificar quais são esses gargalos pra gente poder remediar (…). Além disso, saber o que as entidades vem fazendo no sentido da sustentabilidade, da governança para além até da própria manutenção, para que a gente continue a ter sistemas funcionando para além do convêncio deste contrato”, ressalta a coordenadora estadual do Programa Água Doce no estado da Bahia, Luciana Santa Rita.

O acesso à água de qualidade para o consumo humano transformou a realidade de muitas famílias e comunidades. Há relatos de escolas rurais que tiveram uma redução significativa na ausência de alunos e professores por adoecimento, pois a boa qualidade da água reduziu as doenças de veiculação hídrica, causadas pela presença de bactérias, vírus e parasitas na água utilizada para diferentes usos.

Com a possibilidade de acesso a água apropriada para o consumo humano, “tem comunidades que através dessa água consegue produzir, beneficiar produtos e fazer o escoamento da produção, inclusive com vendas através do PNAE, ou seja, a gente consegue fazer essa integração de políticas públicas. (…). O Programa Água Doce gera não só a água de qualidade, mas proporciona também a agregação de renda”, destaca Luciana.

Dessa forma, é possível perceber que o Programa Água Doce vai além da manutenção do sistema físico, pois ele interfere nos processos sociais, produtivos e econômicos das comunidades. Nesse sentido, o coordenador do Programa Água Doce, pela CAR, Abimael dos Santos, chama a atenção para que “A unidade produtiva que está ali no entorno do sistema de produção de água dessalinizada precisa também ser enxergado pelas equipes como atividade do Programa Água Doce. A gente não precisa se ater apenas a estrutura física do sistema de dessalinização. (...) Reuniões comunitárias que se discute o consumo de água e discutir o aproveitamento da água, do concentrado para a produção de alimentos, por exemplo, também são atividades do Água Doce”.

Além do compartilhamento e avaliação das atividades, o grupo vai conhecer uma experiência de produção agroecológica e de implantação de algumas tecnologias de uso e reúso da água, e de captação da água de chuva, na comunidade Caiçara, distrito de Massaroca em Juazeiro. “A proposta de conhecer essa experiência, é para que no novo edital, que terá um novo formato, inclua atividades não só de monitoramento do sistema de dessalinização de água de poço para a utilização do consumo humano, mas também que vá assessoria para a comunidade, acompanhando as agricultores/as familiares em outras linhas de ação. É importante conhecer essa experiência para que as outras entidades, a CAR e a SEMA conheçam como pode ser feita a assessoria dos técnicos fazendo outras atividades dentro das comunidades”, explica a colaboradora do Irpaa, Gizeli Maria Oliveira.

Participaram da reunião representantes das organizações que executam o PAD na Bahia, como: Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (Irpaa), Movimento de Organização Comunitária (MOC) e Associação de Agricultores Familiares Camponeses da Bahia (ASFAB), juntamente com a Secretaria do Meio Ambiente (SEMA) e a Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (Car).

Texto e fotos: Eixo Educação e Comunicação do Irpaa