"Eu gosto de pensar na música em um território aquoso, sem forma, livre e sagrado", afirma Marcelo Jeneci

Quando Dominguinhos presenteou Marcelo Jeneci com uma sanfona, ele deu asas ao menino que, apesar de novo, já ostentava talento musical. Ao longo da carreira, Marcelo soube mesclar elementos nordestinos com o contemporâneo do MPB, em quatro álbuns indicados ao Grammy Latino.

A presença da sanfona no repertório é marcante, sendo considerada por Marcelo um divisor de águas na carreira. Além do pai ser sanfoneiro, esse instrumento também está presente na transmissão das vivências divididas entre Pernambuco e São Paulo. "É o momento de honrar esse instrumento que tanto nos deu", diz o músico.

Nas canções, o compositor transforma suas interpretações da vida em melodia:"Eu gosto de pensar na música em um território aquoso, sem forma, livre e sagrado, onde cada um vai dizendo suas traduções da vida. Música é fluxo do dia, metade da palavra é de quem fala e metade é de quem escuta", observa o cantor. 

Em 2014, o músico recebeu o prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), na categoria Melhor Compositor.

Correio Braziliense