Presidente do PL diz que recebeu 'várias propostas' como a minuta golpista apreendida na casa de Torres

O presidente do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto, afirmou que várias pessoas entregavam para ele e para pessoas próximas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) propostas como a que foi encontrada na casa do ex-ministro Anderson Torres, que previa a instalação de um estado de defesa na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 

Em entrevista ao jornal O Globo, o ex-deputado afirmou, no entanto, que a possibilidade de uma ação para tentar mudar o resultado das eleições jamais foi discutida com Bolsonaro e que eles sempre defenderam atuar “dentro das quatro linhas da Constituição”. 

“Ele nunca falou nesses assuntos comigo (sobre contestar o resultado da eleição). Ele falou: ‘Tem que ser dentro da quatro linhas da Constituição’. Nunca comentei, mas recebi várias propostas, que vinham pelo Correios, que recebi em evento político. Tinha gente que colocava no meu bolso, dizendo que era como tirar Lula do governo. Advogados me mandavam como fazer usando o artigo 142, mas tudo fora da lei. Tive o cuidado de triturar. Vi que não tinha condições e Bolsonaro não quis fazer nada fora da lei. A pressão em cima dele foi uma barbaridade”, afirmou Valdemar. 

“Como o pessoal acha que ele é muito valente, meio alterado, meio louco, achava que ele podia dar o golpe. Ele não fez isso porque não viu maneira de fazer. Agora, vão prendê-lo por causa disso? Aquela proposta que tinha na casa do ministro da Justiça, isso tinha na casa de todo mundo. Muita gente chegou para mim agora e falou: ‘Pô, você sabe que eu tinha um papel parecido com aquele lá em casa. Imagina se pegam’”, continuou o presidente do PL. 

A minuta foi encontrada na casa de Anderson Torres durante uma operação de busca e apreensão previa a decretação de um Estado de Defesa na sede do TSE, em Brasília, com objetivo de alterar o resultado da eleição vencida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O Globo Foto Ilustrativa