Artigo - Vestibular e recuperação: como ajudar os adolescentes a superar a frustração da reprovação?

Se para os adultos lidar com as frustrações da vida não é tarefa fácil, imagina para os adolescentes. O peso de passar por média, de tirar boas notas e de passar no vestibular, aliado com tudo que acontece com a vida pessoal do estudante, podem gerar tantas expectativas, que, se não alcançadas, causam a decepção. No entanto, vivenciar essas fases da vida é fundamental para prepará-lo para o mundo. 

Recentemente, mais de 2 milhões de pessoas participaram do Exame Nacional do Ensino Médio e, certamente, alguns não alcançaram a conquista da tão sonhada vaga no curso que desejavam.

Segundo a psicóloga do Colégio GGE, Rafaela Farias, é importante ajudar o adolescente a fazer a auto análise e verificar em que momento errou. "Devemos refletir sobre o que faltou ao longo do ano. O que você poderia ter feito de diferente? O que podemos fazer a partir de agora para mudar essa situação? Como funciona melhor o meu aprendizado?", questionou. 

De acordo com ela, observar essas consequências é fundamental, sobretudo porque elas são reflexos das nossas escolhas. "Escolher se dedicar, ter disciplina, foco não é fácil, mas se faz necessário para nossas futuras conquistas", revelou.  

A escola, assim como a família, são pilares que podem acolher e também contribuir para essa reflexão. "O que podemos mudar a partir de agora? É sobre entender onde precisa de ajustes, para que as ferramentas oferecidas pela família e pela escola funcionem de maneira efetiva", destacou. 

O recomeço talvez seja a fase mais difícil desse processo, mas não é impossível. "A aceitação é o primeiro passo, para entender os processos que o levaram até essa situação e de como a mudança deve acontecer a partir da atitude do jovem de encarar o acontecimento", explicou Rafaela. 

Para a psicóloga, a fragilidade emocional é a maior preocupação nesse momento, já que faz parte da vida. "A culpa vai estar presente e pode gerar uma ansiedade capaz de machucar muito. Então, o que podemos fazer é acolher esse momento de fragilidade e, assim, orientar as famílias nessa etapa a ser vencida e quais as consequências são importantes para o amadurecimento e para o senso de responsabilidade do aluno", acrescentou. 

Nos casos em que os alunos não conseguirem superar esses sentimentos, entendendo, sobretudo, que eles são fontes de reflexão e aprendizado, Rafaela Farias disse que tanto os pais e responsáveis quanto a escola devem ficar atentos se os jovens precisam recorrer ao auxílio terapêutico.

Por Raquel Freitas

Foto GGE/Divulgação