Governo Bolsonaro bate seu próprio recorde em termos de desmatamento

A soma das áreas com alerta de desmatamento na Amazônia Legal em novembro deste ano chega a 554 km², marcando a segunda pior marca para o mês na série histórica iniciada em 2015.

Os dados são do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), levantamento rápido de alertas de evidências de alteração da cobertura florestal na Amazônia, feito pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) e os números foram publicados na sexta (9).

Embora não forneça o dado oficial sobre desmatamento, o Deter alerta sobre onde o problema está ocorrendo. O sistema produz sinais diários de alteração na cobertura florestal para áreas maiores do que 3 hectares (0,03 km²), abrangendo tanto áreas totalmente desmatadas como aquelas em processo de degradação florestal (por exploração de madeira, mineração, queimadas e outras).

Dados oficiais

A informação mais precisa mede apenas taxas anuais, a partir do sistema do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes). O último relatório do Prodes, divulgado no mês passado, informa que a área desmatada na Amazônia foi de 11.568 km² entre agosto de 2021 e julho de 2022 (o equivalente ao tamanho do Catar). O dado impressionante representa uma queda de 11% em relação ao ano anterior, quando o desmatamento foi ainda mais feroz. De agosto de 2020 a julho de 2021 o número foi de 13.038 km².

"O que vemos na Amazônia é resultado de um plano de destruição implementado pelo atual governo. Bolsonaro deixará uma herança nefasta para o Brasil, e deve ser responsabilizado legalmente por toda a destruição que causou”, afirmou Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima, rede de entidades que reúne mais de 70 organizações da sociedade civil formada com o objetivo de discutir as mudanças climáticas no contexto brasileiro. 

Recorde

De acordo com o Observatório do Clima, o desmatamento na Amazônia cresceu 59,5% durante os quatro anos de governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), representando a maior alta percentual num mandato presidencial desde o início das medições por satélite, em 1988.

Tomando a maior parte do território brasileiro (59%), a Amazônia Legal engloba a área de 8 estados (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins) e parte do Maranhão.

G1 e Revista Fórum | Foto: Divulgação/Imazon