Familiares e amigos de Deliane Feitosa e Silva iniciam protesto em frente ao Hospital Materno Infantil de Juazeiro e cobram justiça

Familiares e amigos da paciente Deliane Feitosa e Silva iniciaram por volta das 9h30, na manhã desta segunda-feira (25), a manifestação em frente ao Hospital Materno Infantil de Juazeiro.

Como já noticiado pela Rede GN (Veja aqui) Deliane deu entrada no Hospital Materno Infantil (HMI) da cidade de Juazeiro-BA para realizar um procedimento de 'curetagem' e teve dois órgãos perfurados durante a cirurgia, e agora se encontra internada no Hospital Regional da cidade, com órgãos do abdômen expostos, e correndo risco de infecções graves, conforme aponta a família.

O CASO: Tudo começou no dia 10 de junho, quando Deliane procurou o HMI após sofrer um aborto espontâneo. Foi durante o procedimento de raspagem da cavidade uterina, realizado no dia seguinte, 11 de junho, um sábado, que a paciente teve seu útero e seu intestino grosso perfurados. De acordo com Gustavo, marido de Deliane, na noite de domingo, 12 de junho, ela foi transferida, às pressas, já no balão de oxigênio, para uma unidade hospitalar de Petrolina, sem que a família fosse avisada.

Na unidade, Deliane ficou internada até a madrugada de terça-feira, 13 de junho, quando precisou ser transferida, com urgência, para o Hospital Regional de Juazeiro, onde realizou o primeiro procedimento cirúrgico e ficou internada na UTI. Dias depois, entretanto, ela teve uma grave infecção, que causou a deiscência (rompimento) dos pontos no intestino grosso.

O útero, os ovários e as trompas uterinas de Deliane precisaram ser removidos, devido ao alto grau de infecção. Um dos rins da paciente chegou a parar de funcionar, mas após tratamento específico, voltou a funcionar normalmente, explicou Gustavo.

Desde então, já foram realizadas três cirurgias no abdômen, e assim como na primeira, os pontos se romperam. Atualmente, Deliane encontra-se com seu intestino grosso exposto para fora da barriga. Gustavo explica que ela está sendo medicada, diretamente na veia, afim de aumentar a resistência da pele e dos tecidos do corpo, para que uma quarta cirurgia seja feita. A demora para que isso aconteça vem preocupando a família, que teme que a paciente sofra novas infecções mais graves.

"Eles estão lutando, mas se eles não resolverem por aqui, o jeito será transferir. Ela não pode ficar assim [com os órgãos expostos], porque pode se tornar um problema maior", pontua Gustavo, que diz ainda que Deliane apresentou melhora no quadro clínico, mas espera uma nova avaliação médica nesta quinta-feira (21). "A pele dela já tinha dado uma melhorada, já não está mais saindo tanta secreção. Ela ainda está de dieta zero, tem que se alimentar direto na veia. Felizmente ela está consciente", disse o esposo de Deliane.

Falta de assistência e de sensibilidade da médica

Ainda segundo Gustavo, desde o erro médico, a família não recebeu nenhum tipo de assistência por parte do município de Juazeiro, bem como também não teve nenhum diálogo direto com a médica que realizou o procedimento de curetagem. "Ela nunca perguntou como a paciente está. Ela merecia ter sido suspensa do Hospital. Não deu nenhum tipo de assistência, não conversou com a família, nem nada", finalizou.

Gustavo reiterou ainda que toda a assistência que a paciente está recebendo, está sendo dada pelo Hospital Regional de Juazeiro.

NOTAS: em resposta a RedeGN, o Hospital Regional de Juazeiro disse que a referida paciente está recebendo toda a assistência da equipemultiprofissional. "A paciente deu entrada no HRJ em estado grave e passou por quatro procedimentos cirúrgicos. Após as cirurgias, foi avaliada a necessidade de nutrição parenteral, assistência que está sendo oferecida pelo complexo hospitalar", diz parte da nota.

Ainda segundo a assessoria, o quadro de Deliane ainda é delicado, porém encontra-se estável. "Devido a gravidade do ferimento, será necessário aguardar o tempo de recuperação para a realização de novos procedimentos. Ademais, não há previsão de alta, assim como não há indicação de transferência para outra Unidade", finaliza a nota do HRJ.

A Secretaria de Saúde de Juazeiro também foi procurada pela RedeGN, e limitou-se a dizer apenas que "a paciente em questão foi atendida na Maternidade de Juazeiro no dia 10 de junho deste ano, e encaminhada, em seguida, à outra unidade hospitalar no dia 12 do mesmo mês. A Maternidade está verificando a denúncia para tomar as medidas necessárias".

Redação redeGN