Colégio Geo Juazeiro e conselhos municipais discutem a inclusão de ações de combate ao racismo e outras ações afirmativas em projeto educacional da escola

Comissão do Colégio Geo Juazeiro - formada por Direção, Coordenação, Psicóloga e Conselheiros – reuniu-se, na manhã desta segunda-feira, 27, com representantes dos Conselhos Municipais de Direitos Humanos (CMDH), de Promoção da Igualdade Racial (COMPIR) e União de Negras e Negros pela Igualdade (UNEGRO), além da Vereadora Valdeci Alves, para tratar sobre ações de combate ao racismo e outros preconceitos.

A Gestora da escola, Neide Azevedo, explica que a ideia do convite às instituições surgiu a partir da denúncia de racismo. “Esse é um momento importante para nós, que parte da denúncia de uma mãe após os casos de racismo na escola e nós entendemos que precisávamos ressignificar e inserir ações afirmativas contra todo tipo de preconceito. Pensamos em alguns planos, mas preferimos nos apoiar nas orientações de quem entende melhor do assunto, que são os conselhos municipais. Nosso objetivo é trabalhar para que casos como esse não mais aconteçam”.

Representando a Comissão de Denúncias do Conselho Municipal de Direitos Humanos (CMDH), Virgínia Brito avaliou o encontro importante. “Nós vamos nos reunir extraordinariamente, para levar toda a discussão que aconteceu aqui e tirar um documento orientador para a escola. Achamos importante a ação da escola em tomar providências e dar um encaminhamento. Racismo é crime e é muito bom observar que a escola está se comprometendo com esse cuidado pedagógico, para que situações como essa não voltem a acontecer”, afirma.

A Presidente da União de Negros e Negras Pela Igualdade (UNEGRO), Queila Patrícia, reconhece como um avanço o convite do Colégio Geo para a discussão. “O que nos trouxe aqui foi um crime de racismo, mas que serviu para que pudéssemos dialogar com a escola. Esse crime não acontece só aqui, mas em toda a sociedade. E a escola, como um agente social, deve tratar essas questões. A gente enxerga como avanço a escola convidar a UNEGRO para fazer parte desse momento e nos colocamos à disposição para ajudar nesse processo educacional. Vamos elaborar encaminhamentos e trazer a nossa contribuição sistematizada para a escola. Vamos desenvolver junto com a escola essas ações”, ressalta Queila.

Convidada pelo Colégio Geo Juazeiro para contribuir com o projeto pedagógico de implementação das Leis antirracistas na escola, Luana Rodrigues (que participou da reunião representando a Frente Negra do Velho Chico, o COMPIR, e mãe de aluno negro do colégio), aceitou e falou sobre o assunto. “A gente propõe ao Geo um novo momento de educação antirracista. A reunião foi positiva e a gente espera que tudo o que foi acordado seja um mote para um projeto educacional que combata o racismo, mas, principalmente, que haja uma punição efetiva das crianças e adolescentes que cometem esse crime. Minha contribuição é como ativista, militante e pesquisadora e vou ser um elo disso tudo com a escola, para implementar um projeto de letramento racial, que vai funcionar a partir do segundo semestre”, conclui Luana.   

Por Ramáiana Leal/Ascom