Curaçá: Sábado, 11 de junho será considerado um marco para o repovoamento das ararinhas azuis no Brasil

O sábado, dia 11 de junho será considerado um marco para o repovoamento das ararinhas azuis no Brasil. Um grupo dessa ave rara, ameaçada de extinção, vai ganhar liberdade para voar nos céus do Sertão de Curaçá, Bahia. 

A REDEGN vai participar de toda programação do evento para deixar o leitor sempre bem informado neste fato histórico que chama a atenção de todo o Brasil e exterior: o retorno das ararinhas azuis aos ceús dos sertões da Bahia.

 A programação em Curaçá contará com a presença do atual Ministro do Meio Ambiente: Joaquim Álvaro Leite, do Presidente do ICMBio: Marcos Siamanovic, analista Ambiental ICMBio: Camile Lugarini, Diretores da Blue Sky Caatinga: Hagen Kahmann e Ugo Vercillo, o diretor da Association for the Conservation of Threatend Parrots (ACTP): Cromwell Purchase, Prefeito de Curaçá: Pedro Oliveira e da diretora do INEMA: Daniella Teixeira

Assista ao teaser:

Curaçá, abriga um Centro de Reprodução e Reintrodução da ave, administrado pelo Instituto Chico Mendes (ICMBio). As ararinhas azuis são originárias do sertão baiano. Elas foram consideradas "criticamente em perigo ou provavelmente extintas", conforme definição do órgão de preservação ambiental, desde o ano 2000, quando foram vistas pela última vez na natureza.

No dia 11 ocorrerá o que se chama de "soltura branda", quando os animais não são "expulsos" para a natureza. "A porta do aviário será aberta, com oferta de alimento na área externa, para estimulá-las a sair, mas elas poderão permanecer ou retornar, caso se sintam inseguras", diz Ugo Vercillo, acrescentando que esse é um protocolo de soltura utilizado em todo o mundo.

O Site do ICMIBIO, afirma que após mais de duas décadas, o céu da Caatinga receberá de volta os tons azulados da espécie cyanopsitta spixii, a famosa ararinha-azul, considerada extinta da natureza. Esse cenário está prestes a ser alterado a partir da soltura de oito aves no dia 11 de junho, em Curaçá (BA), no interior do Refúgio de Vida Silvestre, unidade de conservação federal do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) criada especialmente para as reintroduções das ararinhas-azuis no Brasil.

A soltura da espécie considerada engenheira do ambiente , pela sua grande capacidade de dispersão de sementes, papel ocupado por esse grupo de aves (papagaios, periquitos, araras), faz parte da estratégia do 2º ciclo do Plano de Ação Nacional (PAN) para a Conservação da Ararinha-Azul, que tem como objetivo “Realizar a reintrodução de ararinhas-azuis em sua área de ocorrência original até 2024, buscando o aumento populacional contínuo e conservando habitats com envolvimento comunitário em práticas sustentáveis”.

O 1º ciclo do PAN foi instituído ainda em 2012 pelo ICMBio juntamente com organizações parceiras. O plano é coordenado pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (Cemave), do ICMBio, e, em Curaçá, local da soltura, conta com os cuidados da ONG alemã Association for the Conservation of Threatend Parrots (ACTP), responsável pelo centro de criação e soltura localizado no Refúgio.

"Para além do termo técnico, a palavra conservação traz consigo muitos elementos: conhecimento, dedicação, persistência e, sobretudo, colaboração. Ninguém faz conservação sozinho. Tudo isso só foi possível graças ao empenho de muita gente. E aglutinamos tudo isso em uma ferramenta que acreditamos muito: o Plano de Ação Nacional”, destaca o coordenador o PAN para Conservação da Ararinha-azul, Eduardo Araújo.

As ararinhas-azuis, com idade em torno de dois a sete anos de idade, serão soltas com outras araras maracanãs, já que o tamanho do grupo é um fator determinante para o sucesso da reintrodução. Nesse primeiro momento, a soltura será branda, até que elas se adaptem à liberdade. Dois dias antes de ganharem o céu, as ararinhas-azuis receberão colares transmissores para o monitoramento, além das anilhas e microchips.

“Iremos utilizar o soft release. Ou seja, as portas do recinto de soltura serão abertas e as ararinhas-azuis estarão livres para sair e voltar quando quiserem. Será fornecida suplementação alimentar diariamente para que elas fiquem independentes dos cuidadores de maneira branda, até que tenham experiência necessária para forragear e ocupar o habitat adequadamente”, explica a coordenadora executiva do PAN, Camile Lugarini.

Considerada uma espécie rara e muito cobiçada pela cor azul especial, a ararinha-azul foi descoberta há mais de 200 anos pelo pesquisador alemão Johann Baptist von Spix, O último exemplar desapareceu da natureza no ano 2000, quando, então, foi declarada oficialmente extinta no Brasil. O declínio da espécie começou ainda na década de 1980, a partir da caça e a destruição do habitat natural.

Em 2016, a ACTP lançou o Projeto de Reintrodução da Ararinha-azul em parceria com o ICMBio e reuniu, dois anos depois, as aves em Berlim. No mês de março de 2020, 52 animais da espécie embarcaram no Brasil, no recinto construído na unidade de conservação, em uma área de 45 hectares.

Atualmente, há 13 casais reprodutivos, dois casais não reprodutivos, 20 ararinhas-azuis sendo preparadas para a soltura e três nascidas em 2021 no Centro de Reprodução e Reintrodução da Ararinha-azul (ACTP). No último ano, 52 animais nasceram na Alemanha, que registrava, até dezembro de 2021, 157 ararinhas-azuis. A esperança, agora, é soltar ainda este ano mais 20 ararinhas no Brasil.

A SOLTURA: O momento da soltura será reservado somente à equipe técnica no local. Isso porque é preciso garantir a tranquilidade dos animais, a segurança e o menor contato possível entre as ararinhas-azuis e os seres humanos. Entretanto, o material da soltura, com as imagens, será transmitido antes da coletiva de imprensa, também realizada no dia 11, às 16 horas, no teatro da cidade e disponibilizado no link: https://www.lifepr.de/newsroom/actp-ev-english.
 

Redação redeGN Foto Ilustrativa