RedeGN - Corregedoria das Comarcas do Interior comemora resultado da primeira edição do projeto Cidadania Itinerante

Corregedoria das Comarcas do Interior comemora resultado da primeira edição do projeto Cidadania Itinerante

Habilitações de casamento, reconhecimento voluntário de paternidade, retificação de nome e gênero de transgênero e retificação em razão de alteração do nome de patronímico foram alguns dos serviços prestados na primeira edição do projeto Cidadania Itinerante, realizado na segunda-feira (31.5), em São Francisco do Conde, na Região Metropolitana de Salvador.

A iniciativa é resultado de uma parceria entre a Corregedoria das Comarcas do Interior (CCI), a Associação dos Registradores Civis das Pessoas Naturais do Estado da Bahia (Arpen/Ba) e a União do Municípios da Bahia (UPB).

"Foi um dia especial porque conseguimos facilitar ainda mais o acesso da população mais necessitada aos serviços dos cartórios extrajudiciais", comemorou o corregedor das Comarcas do Interior, desembargador Jatahy Júnior, presente ao evento.

O forte calor não espantou o público, desde cedo a postos em cadeiras arrumadas sob o toldo montado na praça Maria do Benzê, à beira das águas da Baía de Todos-os-Santos, com o suporte da unidade móvel disponibilizada para a ação.

No total, foram contabilizados exatos 151 atendimentos, com destaque para os pedidos de segunda via de certidões, principalmente as de nascimento. "Mas encaminhamos outras 50 pessoas para órgãos como a Defensoria Pública e o Ministério Público em razão da necessidade de judicialização da matéria", explica Daniel Sampaio, presidente da Arpen/Ba.

Rafaela Sales, 26 anos, natural da cidade, foi uma das primeiras a ser atendida. "Vim tirar a segunda via da certidão de nascimento, a minha e da minha família. Foi rápido e deu tudo certo", disse, com um largo sorriso no rosto.

Houve a possibilidade de solicitar serviços de cartórios de outras comarcas graças à participação do Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) no projeto. Bom para o casal Maria do Carmo de Jesus, de 53 anos, de São Francisco do Conde, e Wilson de Jesus, 67, de Santo Amaro. Feliz da vida, ela conseguiu providenciar os documentos ali mesmo para a conversão de união estável em casamento. Ele, de Santo Amaro, não precisará ir à terra natal: agilizou tudo pelo CRAS, que fará a intermediação entre os cartórios. "Quando soube da oportunidade, eu não perdi tempo. Já temos sete anos morando juntos e estava na hora", brincou Maria do Carmo.

Quem também estava radiante era a funcionária pública municipal e digital influencer Isabelah Reis, de 21 anos. Nascida João Vítor, ela aproveitou a realização do projeto para alterar o nome e gênero. "Desde os 16 anos não me identificava como homem hétero e decidi virar uma mulher trans. Comecei a usar roupas femininas, fui miss São Francisco do Conde e agora decidi modificar meu gênero", explica. Fez o pedido, recebeu todas as orientações e ficou emocionada com a mudança que se aproxima.

Agenda 2003 - Além do corregedor Jatahy Júnior, participaram dos trabalhos a juíza assessora da CCI, Isabela Lago, a juíza da Comarca de São Francisco do Conde, Emília Gondim; a procuradora-adjunta do Município, Lígia Rosa; a oficiala do cartório do Registro Civil de São Francisco do Conde, Paula Souza; e oficiais dos cartórios de Cachoeira, Muritiba, Catu, Sebastião do Passé e dos bairros de Paripe e de Periperi, em Salvador.

A iniciativa está alinhada com as metas estabelecidas pela "Agenda 2030", a agenda de Direitos Humanos das Nações Unidas, aprovada em Assembleia Geral das Nações Unidas em 2018, e com o programa nacional de Erradicação do Sub-registro Civil de Nascimento, referendado pelas Corregedorias de Justiça através da Diretriz Estratégica 5/2022 do CNJ.
 

Ascom