Miguel Coelho muda discurso e agora defende manutenção da Compesa, porém propõe novo modelo

O pré-candidato ao governo do estado, Miguel Coelho, afirmou nesta terça-feira (26) que pretende manter a Compesa como responsável pela captação e o tratamento de água, mas os serviços de distribuição e de saneamento funcionarão através de parcerias público-privadas. Esse novo discurso difere, portanto, do que era defendido quando era gestor de Petrolina e chegou a sancionar a lei para criação da Companhia de Saneamento e Abastecimento de Águas do Sertão (SAAS).

O documento foi sancionado em setembro do ano passado e representava o primeiro passo para a substituição da atual concessionária, a Compesa, por uma nova empresa municipal para expandir o esgotamento sanitário e melhorar o acesso à água nas áreas urbanas e zona rural do município sertanejo. Sempre crítico aos serviços prestados pela Compesa, Miguel agora defende um novo modleo, que segundo ele, vai garantir os investimentos necessários para a universalização dos serviços de água e esgoto em Pernambuco até 2033, como prevê o Marco Legal do Saneamento.

"A Compesa vai continuar existindo, mas se dedicará exclusivamente à captação, à produção e ao tratamento de água. Toda a parte de distribuição da água tratada, coleta e tratamento de esgoto nós vamos conceder para a iniciativa privada, porque é como a gente vai conseguir capitanear os investimentos. Com esse modelo, vamos garantir mais de R$ 8 bilhões em investimentos. Vamos pegar uma parte do serviço que não está funcionando e passar para o privado, que vai investir o dinheiro sem criar imposto para o povo pernambucano pagar", explicou o pré-candidato do União Brasil ao governo do estado em uma live nas redes sociais nesta terça.

"A nossa proposta vai, nos próximos quatro anos, fazer o maior investimento da história de Pernambuco em abastecimento de água e saneamento básico e não vai tirar um real a mais do bolso do contribuinte, ou seja, do cidadão, do povo pernambucano. Pernambuco quer um governador que resolva o problema da falta d'água e que possa fazer da Compesa a empresa de água pernambucana, que vai continuar sendo, valorizando o quadro técnico, valorizando os concursados que lá estão, valorizando as pessoas decentes que fizeram e contribuem em relação a essa empresa que vai ser continuada", explicou.

Miguel Coelho acrescentou que, além de ampliar o abastecimento em todo o estado, o modelo de concessão dos serviços de distribuição de água e de saneamento vai permitir a redução da tarifa de água e o aumento do número de pessoas isentas do pagamento, de acordo com a renda.

Com esse novo discurso, o projeto de instalação da Companhia de Saneamento e Abastecimento de Águas do Sertão (SAAS), que, inclusive, tinha previsão de começar a operar ainda neste ano de 2022, deve ficar somente no papel.

Da Redação RedeGN