Desastre e iminência de um colapso econômico diante da atual quebra de safra, destaca revista sobre exportações frutas

Desastre no Vale das frutas. Chuvas intensas e contínuasem períodos estratégicos para a cultura da uva e manga fazem reduzirem em até um terço as previsões de colheita nos pomares do Vale do São Francisco.

Este é o principal destaque da Revista Globo Rural, texto da jornalista Alala Fraga. Chuvas intensas reduzem as previsões de colheita de uva e manga no vale do São Francisco.

Na edição de fevereiro que chegou às bancas, em todo o Brasil, o destaque é à quebra de safra pelas condições climáticas adversas em diversas regiões do país. A reportagem de capa detalha como, pela ocorrência do fenômeno La Niña, a agricultura brasileira foi fortemente afetada, com excesso de água nas plantações do Nordeste e do Centro-Oeste e baixos índices pluviométricos no Sul, onde estima-se que o prejuízo chegue a R$ 47 bilhões para os produtores de soja, milho e feijão.

A revista revela que "Após saborear uma participação importante na inédita receita de mais de US$ 1 bilhão nas exportações brasileiras de frutas em 2021, a fruticultura do Vale do São Francisco sente neste início de ano o gosto amargo com a quebra de uma safra que prometia ser a melhor do primeiro semestre de todos os tempos em produção. Entre os meses de outubro e dezembro do ano passado, período de exportação de frutas do vale, a região sofreu com as chuvas mais intensas das últimas três décadas".

"Em condições normais, o regime de chuvas típico de até 450 milímetros anuais, em média, contribui para o avanço da fruticultura na região. Com o clima mais seco e a irrigação sustentada pelo Rio São Francisco, é um dos poucos lugares do mundo em que é possível  fazer até 2,5 safras por ano".

O produtor e consultor Newton Matsumoto, avalia que a expectativa era que o vale tivesse, este ano, a melhor safra de uvas de primeiro semestre da história, mas que, infelizmente, encontrou a pior condição climática possível.

"Essa foi a pior condição que eu já enfrentei. A gente está em iminência de um colapso econômico diante da situação atual e de uma quebra de mais de 50 porcento da safra do primeiro semestre", diz Matsumoto, explicando que vive na região há quase 40 anos e nunca viu uma situação tão agressiva.

De acordo com os meteorologistas a anormalidades das chuvas se deve a uma conjunção de fenômenos: o La Nina, que causou fortes chuvas no sul do Nordeste; o Vórtice Ciclone de Altos Níveis, um sistema que não fica parado e provoca chuvase mais recente a Zona de Convergência Intertropical, que favorece a continuidade das chuvas nos próximo meses.

Ainda na reportagem o alerta que além dos prejuízos com as chuvas os produtores enfrentam o aumento de despesas efetivas com insumos agrícolas, acondicionamento, comercialização, transporte, aduanas e folha de pessoal, comprometendo a produção do primeiro semestre desse ano e influenciando negativamente os resultados do setor agrícola do Vale do São Francisco em 2022.

O Vale do São Francisco, mais especificamente Petrolina (PE), Juazeiro e Casa Nova (BA), é o terceiro maior produtor de frutas do mundo com uma produção de 43,8 milhões de toneladas por ano. As culturas de manga e uva são responsáveis respectivamente por 96% e 99,9% das exportações de frutas brasileiras.
 

Redação redeGN Fotos Ney Vital