Artigo - Enoturismo uma década de metodologia e consolidação do produto

A Bahia em 2011 lançava mais um destino no cenário do Turismo Nacional: enoturismo ou turismo do vinho, numa região de um potencial extraordinário, mas que não tem a cultura do turismo consolidada, reflexo de coragem e estratégia do Governo do Estado á época com apoio das cidades da Zona Turística do Vale do São Francisco, Região Norte da Bahia, e parceria dos empresários da Vinícola e Vapor do Vinho.

Passados exatamente 10 anos, que foi estabelecido pela política norteadora do Ministério de Turismo: Programa de Regionalização, macro programas, Zona turística, produto, órgãos oficiais de Estado e Municípios, instâncias municipal e regional, Mapa turístico nacional, Fóruns, Seminários e Encontros, etc.  todo processo metodológico e política descentralizada de desenvolvimento do turismo foram efetivados.

Entretanto diagnóstico identifica algumas atividades corretivas no processo, tais como: integração de atividades empresariais, institucionais, multiplicação dos efeitos positivos do turismo, quando se retrata a inclusão social, e geração de trabalho ou oportunidades, práticas empreendedoras para ampliação de oferta turística, formação e qualificação para o setor, maior envolvimento da comunidade, fortalecimento da história e cultura local, protagonismo empresarial, fortalecimento das instâncias, priorização do poder publico municipal. Estas duas últimas estratégicas para impulsionar as demais, visto que são atores principais para desenvolvimento desta atividade econômica e social.

Mas temos o que comemorar além da estrutura política do negócio implantada, o Vapor do Vinho consolidado, gerando trabalho, incluindo socialmente, também gerando renda para localidade. Saindo aproximadamente de 1.500 visitas ao ano, quando do seu lançamento, para 50.000 turistas em 2019, somente se pensarmos Vapor do Vinho (enoturismo), pois se ampliarmos os números de eventos tradicionais do calendário municipal, eventos de negócios, acadêmicos ou técnico científicos ampliamos em muito este numero. Ficando a indagação: o que temos oferecido a estes turistas? Qual a qualidade dos serviços oferecidos? Como estamos incluindo nossa história e cultura? E nossa infraestrutura da cidade e turística? O cuidar da cidade? O Meio Ambiente? E nosso Patrimônio? São questões que precisam ser dialogadas nas instâncias, empresas, sociedade,  para serem propostas aos Executivos  Municipal, Estadual e Federal  no sentido de efetivarem tais práticas de desenvolvimento do setor.

Também temos a comemorar iniciativa impar do setor privado, que através do Sindicato Patronal de Bares, Hotéis e Restaurantes, em parceria com SEBRAE, CÂMARA DE TURISMO VSF/BA E COMTUR DE JUAZEIRO, pactua na elaboração do PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO COM DIRECIONAMENTO EMPRESARIAL DO TURISMO DE JUAZEIRO, documento norteador ao Executivo municipal para desenvolvimento do setor, ao mesmo tempo pré-requisito para o PLANO DE DESENVOLVIMENTO INTEGRADO DO TURISMO SUSTENTÁVEL, documento Estadual estratégico para o PRODETUR NE (Programa de Desenvolvimento do Turismo no Nordeste).

São ferramentas importantíssimas para gestão do turismo sustentável local e regional de nossa Zona Turística do VSF/BA. Estas ferramentas com o planejamento municipal, norteadores para desenvolvimento sustentável desta atividade econômica e social, evitando de uma vez por todas improvisos e amadorismos que somente interferem no dimensionamento do turismo local e regional. A pandemia nos traz algumas mensagens que interferem positivamente nos processos: solidariedade, cooperação, organização, inovação e tecnologia, mobilidade, história e cultura para as próximas gerações, preservação ambiental, compromisso, outras. Que precisarão de gestão norteadora de práticas sustentáveis através de cumprimento de Protocolo padrão de todos os envolvidos no desenvolvimento do turismo, como atividade econômica e social de recuperação da economia regional; logo não se pode mais permitir gestores municipais e empresários desconsiderarem as 52 atividades econômicas que funcionam ao redor do turismo, gerando divisas, trabalho e renda de atividades endógenas vocacionadas

Jomar Benvindo dos Santos

COORDENADOR CÂMARA TURISMO VSF/BA

PRESIDENTE DO COMTUR