Pedidos de atendimento feitos ao SOS Abelha de Petrolina crescem mais de 260% em setembro

O surgimento de abelhas nos mais diferentes bairros da zona urbana de Petrolina continua. Desde de setembro, cresce os relatos de moradores mostrando enxames em árvores, casas, cestas de lixos, em vários pontos. Esse crescimento tem refletido no trabalho do grupo que atua no resgate desses animais, o SOS Abelhas.

Criado há cerca de dois anos, e formado por 36 pessoas, o grupo SOS Abelhas, que é uma parceria da prefeitura com outras instituições, ajuda a solucionar problemas envolvendo os insetos, através da remoção, captura e retirada de colmeias na cidade. Somente em setembro, foram 261 chamados. No mesmo período do ano passado, foram 72 pedidos de ajuda para retirar abelhas das árvores e de casas no município. Um aumento de mais de 260%.

“A demanda cresceu de forma significativa, se a gente comparar setembro do ano passado com setembro desse ano. Isso limita nossas equipes a atender as demandas em um tempo de espaço curto”, explica o diretor-presidente da Vigilância Sanitária de Petrolina e do SOS Abelhas, Marcelo Gama.

Com o aumento na demanda, o SOS Abelhas teve que criar uma nova estratégia de trabalho. “A gente pede a compreensão da população, porque a gente prioriza sempre as demandas mais urgentes. Assim, sempre que a demanda vai aparecendo, as equipes vão filtrando o que é mais importante para que a gente possa atender e levar mais segurança para a população”, afirma Gama.

Em caso de surgimento de enxame, Marcelo Gama diz que é preciso isolar o local e evitar que as pessoas se aproximem. Em seguida, entrar em contato com o SOS Abelhas, que pode ser acionado pelo telefone (87) 3867-4774. Para otimizar o atendimento, também é possível entrar em contato pelo WhatsApp, no número (87)98814-8718.

“As pessoas que não conseguirem ligar, passem apenas a mensagem por escrito e também, se possível, algumas imagens para que a equipe durante o dia possa passar para ver o grau de risco e de dificuldade de enxame, para que posteriormente a gente possa fazer a retirada desse enxame do local”, diz o diretor do SOS Abelhas.

O aumento de enxames na zona urbana de Petrolina está ligado a alguns motivos. De acordo com a professora de meliponicultura e apicultura do curso de zootecnia do campus Petrolina Zona Rural do Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IF Sertão-PE), Carla Samantha Rodrigues Valério, o período de reprodução das abelhas e o desmatamento, estão entre os fatores que contribuem para o surgimento desses animais na cidade.

“Nós estamos em uma época de reprodução das abelhas, isso é normal e aconteceria em qualquer ambiente, rural ou urbano. Após as chuvas, a gente tem uma disponibilidade de alimentos, as abelhas crescem a população e precisam se dividir, porque não cabem mais no local onde elas estão. Onde tiver enxame, ele vai se multiplicar. Aí, ele procura o local mais próximo que tenha sombra, alimento, que tenha água”, diz a professora.

A especialista explica que com o desmatamento e a destruição dos locais naturais, as abelhas procuram outras áreas, onde possam se reproduzir. Assim, sem espaço na zona rural, elas passam a migrar para a zona urbana do município. “No ambiente natural, elas procurariam uma árvore, outro lugar semelhante ao que elas já estavam”.
 

G1 Petrolina Foto: Reprodução TV Grande Rio