Existem aqueles que são azul e vermelho ao mesmo tempo de acordo com a conveniência, principalmente no jogo do poder político

“Que bom seria se as pessoas fossem felizes como aparentam, estivessem apaixonadas como publicam e fossem tão sinceras como dizem. (Anônimo).

Na tradição mitológica dos gregos, havia uma deusa chamada Artemis, cujo o nome em latim era Diana. A cidade de Éfeso, antiga capital da província romana na Ásia, existia um templo para a deusa considerada uma das sete maravilhas do mundo, erguido sobre 100 colunas maciças. Segundo a tradição,  sua imagem caiu do céu, acreditando que a enorme pedra localizada na entrada do templo foi colocada pela própria divindade. Pesquisadores entendem que seja um pequeno meteorito.

Entre os chamados folguedos populares brasilerios, talvez, o pastoril esteja entre os mais conhecidos. Nas suas variações há o chamado pastoril profano e o religioso. O religioso é composto por dois grupos de pastoras, onde umas pertencem ao cordão azul e a outras ao cordão vermelho (encarnado). Os cordões durante a apresentação, travam um verdadeira disputa. Acontece que existe uma personagem chamada  Diana que se veste com as duas cores. Na verdade, ela pertence aos dois cordões ao mesmo tempo.

Parece-nos que a figura da Diana do pastoril tem servido de inspiração para o comportamento de alguns partidos políticos nacionais. Existem aqueles que são azul e vermelho ao mesmo tempo, ou seja, são oposição e situação de acordo com a conveniência, principalmente quando encontra-se em jogo as benesses do poder. Muitos preferem colocar toda trajetória da sigla no bueiro da história para satisfazer interesses pessoais. Apresentam-se como paladinos da moralidade e defensores das causas populares. Na verdade, suas atitudes estão mais próximas de um mandarim e seus discursos não passam de simples alunos de Górgias.

Hely Ferreira é cientista político.

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