Artistas angustiados solicitam das autoridades um "olhar" para o retorno de eventos

O governo anunciou, na última quinta (20), mais uma atualização no plano de convivência para retomada de atividades econômicas em Pernambuco. Quase todas as macrorregiões do estado permanecem na etapa em que se encontram, exceto as gerências regionais de saúde com cidade-sedes em Petrolina e Salgueiro.

Elas avançam para a de número 6 com a volta do funcionamento dos serviços de alimentação, das 6h às 20h, bem como de academias de ginástica e similares. 

O secretário de desenvolvimento econômico Bruno Schwanbach afirmou que esteve em diálogo com municípios e associações dos representantes do setor finalizando protocolos que serão publicados no site www.pecontraocoronavirus.pe.gov.br até a próxima segunda (24). Além dos protocolos, as atividades deverão espeitar normativas estabelecidas e regulamentadas por cada município. 

Questionado sobre a possibilidade de retorno do setor de eventos, o secretário afirmou que é algo previsto para a etapa 10 visto que algumas atividades trazem risco maior de contaminação. “O diálogo com o setor continua aberto e assim que os dados permitirem, podemos fazer avanços”, afirma. 

“O avanço está feito de forma diferenciada com recortes regionais. Isto tem permitido avanços no plano, quando possível, liberando de forma gradual, mas efetiva. Hoje temos cerca de 97% das atividades econômicas que representam o PIB de Pernambuco permitidas a funcionar”, complementou. 

Preocupados com o impacto da pandemia no setor cultural, artistas pernambucanos enviaram nota à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) se propondo a discutir soluções a curto e médio prazo para amenizar os efeitos da crise financeira enfrentada pela classe. Na nota, o setor artístico destaca que a área de eventos e entretenimento foi a primeira a interromper as atividades por conta do avanço da pandemia, e, por conta da restrição de eventos com aglomerações de pessoas, será o último a retornar de forma efetivo.

A possibilidade do cancelamento do Carnaval também foi citada, ressaltando a angústia com a proximidade do evento. Os artistas pedem, em nota, o adiamento, para outubro de 2020, da discussão de eventual cancelamento do Carnaval 2021, momento em que, espera-se, tenha-se uma visão melhor do quadro pandêmico e da vacina. E ressaltam a necessidade de que haja um plano emergencial caso a realização da festa seja comprometida com as medidas de prevenção ao contágio com o vírus. O documento reinvindica, ainda, a construção de uma forma alternativa para contratar os profissionais envolvidos no meio cultural, através de lives, shows em drive in, shows em TVs públicas, circulação de Freviocas ou mini-trios.

Cerca de 30 artistas, representantes de ritmos como forró, brega, frevo e samba, assinaram o documento, entre eles Almir Rouche, Maestro Spok, André Rio, Gustavo Travassos, Sérgio Andrade (Banda de Pau e corda), Nena Queiroga, Valéria Moraes (Coral Edgard Moraes), Rominho (Som da terra), Luciano Magno, Gerlane Lops, Maestro Forró , Karynna Spinely, Marrom Brasileiro, Quinteto Violado e Cristina Amaral. O documento foi entregue nas mãos do presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, deputado Eriberto Medeiros (PP), pelos cantores Almir Rouche, André Rio, Cristina Amaral e Rominho. 

De acordo com o Maestro Spok, a intenção é dialogar com os gestores sobre soluções para as tradicionais festas do estado que foram e virão a ser afetadas neste período de pandemia. "Nosso desejo é de chegar perto para que possamos ajudar a acender lâmpadas. Mostrar como é a realidade para quem vive dentro do universo artístico de Pernambuco. Sem precipitação, com cuidado e curadoria. Essa busca eu enxergo como um desejo de apoiar, ajudar e abrir janelas no que for necessário para dar continuidade ao trabalho feito em Pernambuco, valorizando a cultura popular", destaca.

Para Spok, o pleito busca beneficiar a todos os artistas pernambucanos. "Há uma enorme cadeia musical no Recife, em Pernambuco, não consigo calcular o número de cantores, mestres, músicos e dançarinos envolvidos na produção do estado. Essa luta não é individual, eu quero que toda a cadeia possa ter oportunidade. De uma nova orquestra que queira surgir, por exemplo, a um mestre de frevo já consolidado", frisa o músico.

Redação redeGN