ONG denuncia reaparecimento das manchas de óleo no litoral de Pernambuco

Faltando pouco mais de quatro meses para completar um ano da tragédia ambiental que atingiu o litoral brasileiro, as manchas de óleo voltaram a aparecer nas praias de Muro Alto e Cupe, ambas no Litoral Sul de Pernambuco. A denúncia foi feita pela ONG Salve Maracaípe, que informou receber relatos de pessoas que encontraram novos fragmentos nas praias.

De acordo com a ONG, é provável que a reaparição do óleo seja causada pela dinâmica sedimentar, e volta a surgir devido a passagem de grandes ondulações na costa do Nordeste. A Salve Maracaípe inteirou, através de uma postagem, que recebeu informações de que as manchas também foram identificadas novamente nas praias da Bahia e no estado de Alagoas.

"Desde o início do aparecimento, em 2019, avisamos que é importante investir em monitoramento constante pois o impacto não acaba quando a grande mancha é recolhida, a fase pós-emergência está aqui, e precisamos que a Gestão Pública não feche os olhos para isso. Ainda há muito trabalho a ser feito nesses próximos anos para entendermos de fato os impactos desse derramamento", informa a ONG.

A Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco (Semas) inteirou que equipes da Semas e da Agência CPRH vistoriaram, na manhã desta segunda-feira (22), as praias de Tamandaré, Cupe e Muro Alto, no litoral Sul do estado. Em nota, a secretaria comunicou que foi constatado o aparecimento de fragmentos de petróleo na areia dessas praias. 

Em comunicado, a Semas informou que primeiras avaliações técnicas apontam que o material encontrado é proveniente de manchas de petróleo que atingiram o litoral do Nordeste e parte Sudeste do país, no ano passado. De acordo com a secretaria, esse material estaria sedimentado no leito ou preso em corais e chegaram às areias das praias por conta de uma combinação de fatores meteorológicos que reviraram o fundo e soltaram os fragmentos sedimentados. 

A Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade contou que nos últimos cinco dias, essa região registrou marés de sizígia, que geram grandes variações; uma com maior intensidade das correntes marítimas devido à época do ano e a chegada de um Swell, que são ondas geradas pelo vento, e estão orientando os municípios para que os fragmentos sejam recolhidos e acondicionados em tonéis, onde enviados para aterros industriais ou destinados à reciclagem.

A Marinha do Brasil, por intermédio da Capitania dos Portos de Pernambuco (CPPE), informou em nota que uma equipe de inspeção naval foi deslocada para fazer a coleta do material e enviará para análise no Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM).

Ainda em comunicado, a Capitania dos Portos de Pernambuco ainda relatou que mantém as rotinas de fiscalização do tráfego aquaviário, a fim de zelar pela salvaguarda da vida humana, segurança da navegação e prevenção contra apoluição hídrica oriunda de embarcações.

Diário de Pernambuco