Ex-Presidente FHC diz que é favorável ao impeachment de Bolsonaro

O pedido de demissão do agora ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, anunciado na manhã desta sexta-feira (24) repercutiu imediatamente no cenário político nacional. Várias figuras políticas reagiram, em sua maioria, negativamente ao pedido de demissão de Moro.

Para muitos, a saída de Moro do cargo, não é benéfica ao contexto atual. O ex-ministro da Saúde, Luís Henrique Mandetta, exonerado na última semana, publicou no twitter uma mensagem de apoio e agradecimento à Moro. “O trabalho realizado sempre foi técnico. Durante a epidemia trabalhamos mais próximos, sempre pensando no bem comum. Parabéns pelo trabalho Ministro @SF_Moro. O país agradece! Outras lutas virão!”

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), também se manifestou nas redes sociais. Em mensagem publicada Witzel declarou tristeza com a saída do ministro e expressou que o governo sempre estará de “portas abertas” para o colega. “Assisto com tristeza ao pedido de demissão do meu ex-colega, o Juiz Federal Sergio Moro, cujos princípios adotamos em nossa vida profissional com uma missão: o combate ao crime. Ficaria honrado com sua presença em meu governo porque aqui, vossa excelência, tem carta branca sempre."

O Governador de Pernambuco, Paulo Câmar (PSB),  se manifestou no Twitter após o estado ser incluído no discurso de Moro, no qual foi anunciado uma possível troca no comando da PF de Pernambuco. "A saída do Ministro Moro evidencia a instabilidade do governo federal, mas preocupa também por outra revelação contundente: a ameaça de ingerência política nas ações policiais".

A maioria das publicações em torno da demissão de Moro não foi positiva. Algumas personalidades políticas, como o deputado federal Túlio Gadelha (PDT) assistiram a saída de Moro como estratégica e planejada. “Moro está prestes a deixar o Governo Bolsonaro para se lançar na política. Qual a novidade? Cego é quem nunca enxergou os interesses políticos de Sérgio Moro.”

O líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede), publicou que esse desfecho já era esperado e que teria sido um equívoco Moro aceitar o cargo de Ministro. “Moro tinha dois caminhos p/ escolher e optou servir ao governo mais atrapalhado da história e que não é imune à corrupção! Nós avisamos, nós sabíamos. A interferência na autonomia da Polícia Federal foi só mais um sintoma da doença que é esse governo!”.

Em uma outra publicação criticando o Governo Federal, Randolfe informou que ainda nesta sexta entrará com um pedido de impeachment do presidente Jair Bolsonaro tomando como base as denúncias realizadas pelo ex-ministro durante o seu discurso de demissão.

O ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, fez uma publicação mostrando-se favorável ao impeachment de Bolsonaro. "É hora de falar. Pr está cavando sua fossa. Que renuncie antes de ser renunciado. Poupe-nos de, além do coronavírus, termos um longo processo de impeachment. Que assuma logo o vice para voltarmos ao foco: a saúde e o emprego. Menos instabilidade, mais ação pelo Brasil."

Duras críticas foram destiladas à Bolsonaro por causa da saída de Moro. A deputada federal Marília Arraes (PT) manifestou no Twitter sua indignação com o presidente. “Bolsonaro tem desprezo pela ética e qualquer atitude republicana. A saída de Moro evidencia sua intenção fazer da Presidência da República o quintal da sua casa, proteger aliados, perseguir adversários e afundar o país. Mas a cada dia fica mais claro que não conseguirá.”

O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL) também ligou a demissão de Moro à uma má gestão presidencial. “A entrevista do Moro deixou claro que Bolsonaro quer transformar a Polícia Federal numa polícia política a serviço do clã presidencial. Ele não está intervindo para enfrentar criminosos, quer somente blindar a família e as suas relações com o crime organizado.”