Cacauicultores baianos poderão quitar dívidas com até 80% de desconto e acessarem crédito rural

O deputado estadual Eduardo Salles articulou reunião, nesta segunda-feira (29), com o presidente da Agência de Fomento do Estado da Bahia (Desenbahia), Francisco Miranda, o superintendente do Banco do Nordeste, José Gomes, o consultor de Relações Institucionais da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Nelson Fraga, e o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia (FAEB), Humberto Miranda, e técnicos dessas instituições financeiras.

"O objetivo foi resolver um imbróglio de interpretação jurídica, que perdura há anos, e prejudica o desenvolvimento da cacaueira porque os produtores não podem quitar suas dívidas com as premissas da Lei 13.340 que permitiria a eles receberem descontos de até 80%, retirando juros de mora e outros encargos, e na sequência a possibilidade de concessão de novo crédito", explica Eduardo Salles.

"Atualmente, temos 1.800 produtores da região do cacau no estado que estão impossibilitados de acesso ao crédito em função de uma burocracia com essa interpretação equivocada", acrescentou o deputado, que recorreu ao Desenbahia para que a instituição permita a liquidação das dívidas desses produtores.

"O Desenbahia alega que como essas operações já foram lançadas em prejuízo, o BNB  não permite ao produtor quitar essas dívidas, mas explicamos que, como são operações do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), banco repassador, contratadas antes de 2000, o risco é do próprio Fundo. Então estamos tentando levar essa interpretação para que os produtores possam liquidar suas dívidas, oferecendo maior desconto e com novos financiamentos, e quem não puder, que renegocie. Tudo de forma flexível", explicou o consultor Nelson Fraga aos técnicos do Desenbahia e do Bando Nordeste, também presentes à reunião.

Ainda durante o encontro, o superintendente do BNB, José Gomes, solicitou imediatamente às diretorias financeira e jurídica do Banco em Fortaleza que realizassem uma análise sobre a situação e deem retorno ainda esta semana sobre o assunto, para que, caso a interpretação discutida na reunião esteja correta, que a Desenbahia anuncie rapidamente a possibilidade de quitação dos débitos desses quase dois mil cacauicultores. 

"Estamos trabalhando para que os produtores, principalmente do sul da Bahia, possam quitar suas dívidas, voltando ao valor original, sem juros de mora, e oferecermos o máximo de desconto possível para que eles reorganizem suas produções", finalizou o parlamentar.

Ascom