Questionado se daria indulto a Lula, Meirelles afirma que decisão como essa não pode ser política

Em sabatina realizada nesta quarta-feira (5) pelo jornal O Estado de S. Paulo, em parceria com a Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), o candidato do MDB à presidência da República, Henrique Meirelles, afirmou que não é a favor da politização da Justiça. Segundo o presidenciável, o poder Judiciário tem de ser independente. “Qualquer prerrogativa nesse sentido não deve ser arbitrária ou política, ou objeto de questões pessoais. Qualquer decisão desse tipo tem que ter caráter institucional jurídico. Eu, além do mais, tenho uma posição de não politizar a Justiça. Mesmo quando o presidente da República tem prerrogativa legal, judicial, ele tem que usar dentro de uma abordagem jurídica, legal, não política”, afirmou.

Muito perguntado sobre temas econômicos, Meirelles reafirmou que o Brasil precisa recuperar a confiança dos investidores. O presidenciável voltou a defender o teto de gastos.

Quando perguntado se a não aprovação da reforma da Previdência atrapalharia o teto, o candidato respondeu que o limite aprovado pelo governo tem uma série de mecanismos autocorretivos, como, por exemplo, bloqueio de qualquer aumento nominal de salários de funcionários públicos. O emedebista admitiu, no entanto, que a reforma será necessária em algum momento. Meirelles foi crítico com as propostas de governo dos outros presidenciáveis. Para ele, proposta que não podem ser cumpridas pelo próximo presidente geram insegurança dos brasileiros.

“Quando se vê a proposta de alguns candidatos, em que um deles, ou mais de um na realidade, propõe voltar atrás, fazer tudo aquilo que o governo anterior fez e gerou a maior recessão da história... Outro declara que não sabe nada de economia, aliás, não só de economia, de muita coisa, mas isso não é importante. Com tudo isso, o que ocorre? Existe uma insegurança. Muitas vezes o consumidor que iria comprar um eletrodoméstico diz ‘não, eu vou aguardar, vou esperar a eleição’. Empresário e investidor é a mesma coisa”, ciriticou.

Em outra frente, na área da educação, Meirelles reiterou o projeto “Pró-Criança”, que pretende levar a ideia de programa do ProUni para creches. O presidenciável reforçou ainda que o aumento da arrecadação municipal é fundamental para alavancar o nível educacional brasileiro. O emedebista disse ainda que vai manter o Sistema Único de Saúde, caso eleito em outubro. O presidenciável defende, no entanto, a modernização do sistema com o uso da tecnologia. Em relação à descriminalização do aborto, Meirelles se disse “favorável ao direito da mulher”.

Com informações da Folhapress