Jovens do sertão da Bahia compartilham experiências em produção de alimentos durante Intercâmbio em Sergipe

Ao pensar na variedade de matéria-prima para fazer linguiça, você já havia imaginado se deliciando com uma linguiça de jaca? Esse é apenas um dos produtos que foram levados para o "Intercâmbio em Ecogastronomia Slow Food para os jovens dos projetos FIDA no Brasil", que teve início no último dia  23 e encerra hoje (25) na comunidade quilombola de Brejões, em Ilha das Flores, em Sergipe.

O evento reúne  cerca de 30  jovens de diversas comunidades rurais beneficiárias de projetos apoiados pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), no Nordeste do Brasil. Dentre esses jovens, Vandielson de Jesus Silva, do município de Antônio Gonçalves e Marcela Alves Magalhães, do município de Filadélfia, ambos no sertão da Bahia, participam representando o Projeto Pró-Semiárido, executado pela Secretaria de Desenvolvimento Rural da Bahia (SDR) em 32 municípios do Semiárido baiano, através da Companhia de Ação e Desenvolvimento Regional (CAR), com recursos do FIDA.

O Intercâmbio tem como tema "Valorização da agrobiodiversidade na gastronomia Slow Food no Semiárido brasileiro" e promove espaços como oficinas e visitas a comunidades que lidam com produção de arroz orgânico e galinha caipira, pesca artesanal, mariscos, agricultura de sequeiro, apicultura, entre outros, todas iniciativas que já recebem apoio do FIDA no interior do estado através do projeto Dom Távora.

Dentre as receitas apresentadas pelos Chefs Timóteo Domingos e Leila Carreiro estão inovações como coxinha de cacto, pizza de palma, bolo de casca de abóbora, doce de folha de umbuzeiro. Além disso, as/os jovens participantes também apresentaram produtos desenvolvidos em suas comunidades ou pesquisas protagonizadas pelos/as mesmos/as. A linguiça de jaca, por exemplo, é uma das iguarias que vem sendo estudadas pelo jovem Vandielson de Jesus, que está concluindo o curso técnico em produção de alimentos no Instituto federal da Bahia, Campus de Senhor do Bonfim.

Vandielson observou que a jaca é um produto sazonal e que se perdia na região do Território de Identidade Piemonte Norte de Itapicuru, na Bahia. A partir disso ele pesquisa a viabilidade de derivados como compotas, doces, jaca cristalizada e a linguiça vegana feita com a fruta. "Esse intercâmbio abriu cada vez mais a minha mente, de que podemos usar coisas simples e transformar em coisas inovadoras. Eu espero poder compartilhar esse conhecimento na Bahia inteira, na minha região (...), para que as pessoas olhem para o que elas produzem e percebam que elas tem algo muito valoroso que pode ser transformado em algo de muito mais valor", observa Vandielson.

O evento é promovido pelo FIDA por meio do Programa Semear Internacional, e conta com o apoio do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), Associação Slow Food Brasil, Projeto Dom Távora de Sergipe, e demais projetos apoiados pelo FIDA no Brasil.

 Agência Chocalho Fotos: Vandielson de Jesus