Assim como eu, certamente um elevado número de leitores deste Blog foi, também, contemporâneo nos tempos da Guerra Fria, iniciada após a 2ª. Guerra Mundial e que durou todo o período de 1949 a 1989. Mal a guerra acabou no ano de 1945, depois de ter trucidado mais de 50 milhões de vidas, e já os principais parceiros que se uniram e comandaram as forças militares contra o nazismo alemão de Adolf Hitlher, logo começaram uma nova disputa pelo poder: RÚSSIA e ESTADOS UNIDOS. Os russos, após a Revolução de 1917, invadiram alguns territórios do antigo Império Russo e ajudaram os comunistas a conquistarem o poder, formando, a partir daí, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. O Império Socialista se corporificou em torno do partido único ou Partido Comunista, sem democracia e uma economia sob o comando total do Estado. Enquanto isso, do lado oposto, e com políticas totalmente divergentes, estava a nação americana como defensora de uma economia de mercado, sistema democrático e a defesa da propriedade privada. A polarização desses princípios entre as duas potências gerou a luta permanente pela hegemonia política, econômica e militar no mundo.
Todas as nações que participaram da guerra mundial, inclusive o Brasil, sentiram dolorosamente as suas consequências e, obviamente, conviviam com um estado de dependência que inspirava a necessidade de estar do lado das potências capazes de oferecer segurança, principalmente pelo poderio militar que evidenciavam. Assim é que dois blocos militares foram formados, sendo que os Estados Unidos e os países da Europa Ocidental se uniram (1949) em torno da OTAN-Organização do Tratado do Atlântico Norte (integrado por Estados Unidos, Canadá, Itália, Inglaterra, França, Espanha, Bélgica, Dinamarca, Alemanha Ocidental, Suécia, Holanda, Áustria e Grécia), enquanto o Leste Europeu criou (1955) o PACTO DE VARSÓVIA (formado pela Rússia, e mais os aliados China, Coreia do Norte, Romênia, Alemanha Oriental, Albânia, Polônia e Tchecoslováquia, além de Cuba). O confronto militar, conquanto sempre esperado, deu lugar a uma guerra mais psicológica em que cada qual procurava exibir o seu potencial bélico e impressionar os seus aliados. A prova mais contundente nessa batalha pelo poder, ficou evidenciada na divisão do troféu herdado na vitória sobre Hitler, quando dividiram a Alemanha, inicialmente em quatro partes, ficando três com os Estados Unidos, Grã-Bretanha e França, com o nome de Alemanha Ocidental - posteriormente unificadas numa só - e a outra parte com a Rússia, à qual foi dado o nome de Alemanha Oriental...