Artistas de Juazeiro em e-mail ao Blog questionam o retorno do espetáculo "Via Sacra", através de uma emenda do Deputado Estadual Roberto Carlos (PDT). O texto intitulado "A Via Crucis das Paixões" faz uma série de questionamentos e coloca em dúvida os reais interesses da retomada do espetáculo. Confira:
A VIA CRUCIS DAS PAIXÕES
Para pensar o retorno da encenação da paixão de cristo na sede do município, é preciso revirar os anais de sua trajetória ao longo dos anos em que foi levada a público, e não vamos aqui desmerecer sua importância como movimento agregador de artistas, revelador de tantos talentos, mas porque, só agora, mais de 17 anos depois? A tradição do drama da PAIXÃO DO MESSIAS ganhou outros caminhos, se expandiu para outras localidades que com muitos sacrifícios tem levado ao publico tão celebre passagem bíblica.
Chamemos de retomada, o movimento isolado de renascer o drama do Cristo na sede do município, louvável, se não fosse pela tentativa de desarticular as encenações nas comunidades produzidas por coletivos e artistas, todos voluntários. Irônico saber que, apesar já existir um edital para a produção dos espetáculos sacros, no valor de trinta mil, que distribuído entre os cinco projetos selecionados não ultrapassa o montante liquido de cinco mil reais, valor que apesar de ser bem-vindo não cobre os custos de produção. Mais curioso nisso é o ressurgir da paixão da sede amparada por emenda parlamentar de um popular Deputado estadual da região com um valor pomposo para uma tentativa cênica que não sobrevive mais do que três dias de encenação. Qual o mérito desse investimento? Que relevância aspira?
Um banquete servido para poucos. Aos não convidados para o banquete cabe a contemplação de longe como, platéia. A ressurreição do espetáculo da sede é mesmo um grande “acontecimento”, a grande farra sacra como foi citada nas redes sociais. A quem cabe o benefício de HERODES?
Os espetáculos do interior e dos bairros continuam na sua real Via Crucis sem o merecido apoio, apesar das persistentes provocações aos empresários, imprensa e principalmente ao poder público. Uma iniciativa, digamos infeliz do nosso Deputado em beneficiar com emenda parlamentar um único coletivo artístico, não levando em consideração a importância social, cultural e política dos bairros e do interior do município, onde há anos a tradição tem sido uma realidade. É sabido que o retorno social trazido pela paixão de cristo, principalmente nos distritos, contempla a população jovem no acesso as linguagens artísticas e ao fazer cultural, sendo uma ferramenta com um grande poder de transformação social.
É importante deixar claro para o senhor Deputado que essas encenações todos os anos tem atraído milhares de espectadores para esses “lugarejos” como foi mencionado de forma maldosa, que se deslocam das mais diversas regiões e cidades vizinhas, atingindo todos os anos aproximadamente 10.000 (dez mil) pessoas. Agora, o que falar do poder público? É aceitável um absurdo como este? Teremos mesmo que digerir tão infame emenda? Desrespeitados é como nos sentimos. Para que edital se na calada dos gabinetes, tudo converge pro balcão de patrocínio. Senhores do Conselho de Cultura,se manifestem, fiscalizem, façam valer o papel desse tão importante órgão, o mesmo vale para a Secretaria Municipal de Cultura Esporte e Turismo.
Segue abaixo assinatura de pessoas ligadas direta e indiretamente aos Espetáculos citados.
Da redação
3 comentários
05 de Mar / 2018 às 10h54
É uma falta de vergonha com os espetáculos que tentam sobreviver a base de um edital simbólico, enquanto outros, por interesse políticos e financeiros, são beneficiados com uma emenda. Senhores diretores dos espetáculos atingidos, acordem, não deixe isso acontecer. ACORDA ROBERTO CARLOS E CHARLES LEAL.
05 de Mar / 2018 às 11h47
Bom, vamos começar com as seguintes questões. É viável esse dinheirão todo para um único grupo? Haverá fiscalização na utilização desse dinheiro? E por que não valorizar os espetáculos que já acontecem há anos ao invés de tentar resgatar 1? Por que esses atores não são todos voluntários como acontece no interior? O povo do interior não tem valor para vocês? Respondam senhores representantes políticos.
05 de Mar / 2018 às 13h51
Depois que o deputado e companhia decidiram se envolver em cultura, é um desmande atrás do outro, ninguém tem vez, centro de cultura caindo aos pedaços, artistas passando necssidade, SECULTE só serve pra dar prejuízo ao municipio e perseguir quem não reza a cartilha, CHEGA!!!