Luiz Alberto Rodrigues Dourado, turismólogo e antropólogo por formação, é pós-graduado em Educação Socioambiental e Desenvolvimento Sustentável, especialista em governança de recursos hídricos. Atualmente, vem contribuindo com a Associação dos Condutores de Visitantes do Morro do Chapéu, cidade onde reside. Nascido em Juazeiro, no norte da Bahia, define sua relação com o Rio São Francisco como sendo de “corpo, alma e espírito”, já que viveu desde a infância até a fase adulta aproveitando todas as formas de lazer existentes no rio.
Luiz conta que a sua atuação no Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco começou em 2009. "A decisão foi tomada em face da minha aposentadoria e pelo fato de querer devolver ao rio um pouco do muito que ele me deu na vida em forma de lazer e bem-estar. Sinto como se as águas do rio corressem dentro do meu corpo dando manutenção a todos os processos vitais e bioquímicos que me mantém vivo".
Segundo ele, a crise hídrica atual tem três componentes intrinsecamente relacionados:
1- A ocupação e predação da Bacia Hidrográfica desde 1501, com a expedição de Américo Vespúcio, decorrendo 517 anos.
2- Os impactos naturais advindos das secas, cheias e estiagens, havidos e por haver, constituindo-se em fator imponderável da natureza.
3- O que denomino de “seca de gestão governamental”, que é o pior deles, porque acentua os impactos dos dois fatores supracitados. Inexiste, praticamente, a impostergável revitalização.
Poético Luiz diz: “Meu rio que vejo da ponte onde sempre estou debruçado (entre Juazeiro e Petrolina) embora existam outras pontes mais do meu imaginário, distendida sobre suas águas. Ponte que une e que separa, separa e une num trânsito eterno de ir e vir entre Juazeiro e Petrolina. Dos olhos meus chorados junto com as águas, as minhas lágrimas de lamento e saudade dos tempos idos. Rio da vida que não corre mais primaveril e nem canta mais o grande amor de suas torrentes e não pode mais ir a mar".
Dois dedos de Prosa-CHBSF
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