O lançamento do filme Quebrando o Silêncio de Hertz Félix, foi sucesso de público e gerou discussão positiva na platéia após a exibição. O evento aconteceu no Centro de Cultura João Gilberto nesta segunda-feira, 28, e foi realizado pela Prefeitura de Juazeiro, através de parceria entre as Secretarias de Educação e Juventude e Cultura, Turismo e Esportes, representadas pelos respectivos titulares das pastas, Lucinete Alves e Sérgio Fernandes.
O acertado com a equipe realizadora do evento era que haveria uma apresentação do filme e logo após uma roda de conversa com palestrantes, convidados e platéia. “Entretanto, o público apareceu em tamanha quantidade, que foi necessário fazer duas sessões de apresentação. Infelizmente algumas pessoas não participaram da roda de conversa, da reflexão sobre o filme, que é importante. Nosso objetivo com esse filme é somar à luta no combate à violência contra a mulher e acreditamos que já estamos fazendo nossa parte.”, afirma a produtora e protagonista do curta-metragem, Lidiane Braga.
A Secretária de Educação e Juventude do município, explicou a participação da Prefeitura no evento. “A gente não pode se conformar com a violência e ficar em silêncio. Lançamos hoje o filme, mas depois vamos levar a discussão, a sensibilização por toda a cidade e quero contar com todos os gestores que estão aqui presentes, estaduais e municipais, lideranças e instituições. Será um trabalho educativo para transformar essa cultura negativa de violência contra a mulher. Esse é um momento de reflexão, o filme é forte e vai nos fazer chegar em casa diferente, com vontade de acabar com essa violência”, disse Lucinete Alves.
A titular da Delegacia Especializada da Mulher Rosineide Motta, foi uma das palestrantes do evento e durante sua apresentação parabenizou os organizadores. “Parabéns aos produtores do filme pela coragem de incentivar o combate à violência e à Prefeitura por apoiar esse projeto. Costumo falar que a violência contra a mulher é a mãe de todas as violências, porque ela não atinge só a mulher e os filhos, ela tem uma repercussão social muito maior do que se imagina. Repercute na economia, na saúde, na sociedade quando gera crimes e nas próprias crianças, porque elas serão formadoras de violência, há uma probabilidade grande delas reproduzirem esse papel”, afirma. Os outros palestrantes foram a Jornalista Sibelle Fonseca e o Professor Antonio Carvalho.
Todos os dias mulheres são violentadas em seus direitos humanos, inclusive o direito mais básico, que é o direito à vida. A cada 15 segundos uma mulher é vítima de violência no Brasil, 70% vindo de suas casas. Dez mulheres morrem a cada dia no Brasil, que ocupa o 5º lugar no ranking de violência contra a mulher. “Enquanto os homens estão mais propensos à violência nos espaços públicos, as mulheres estão mais desprotegidas dentro de casa, onde deveria ser o seu espaço de segurança, de aconchego. A grande maioria das mulheres que chega à Delegacia não quer que esses homens sejam presos. Mas a gente sabe que essa medida penal, nesse primeiro momento é necessária. Então é preciso trabalharmos juntos para combater a causa, pois essa é uma questão cultural”, conclui a delegada.
Por Ramáiana Leal/SECULTE
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