O Novo FIES, anunciado pelo ministro da Educação, Mendonça Filho, nesta quinta-feira, mostra uma preocupação do governo federal com o aumento da empregabilidade da população. “Embora faltem recursos, a ampliação do sistema de financiamento sinaliza um esforço para garantir a entrada dos jovens no mercado de trabalho, sem o que, nos próximos 30 anos, haverá um grande contingente de pessoas sem qualificação e sem renda”, afirma Francisco Borges, consultor da Fundação FAT em Gestão e Políticas Públicas voltadas ao Ensino.
O especialista aponta que apesar da ampliação do número de vagas (de um total de 225 mil em 2017 para 300 mil no próximo ano), o FIES ainda permanecerá com cerca da metade do que possuía em 2013 e 2014. Ainda assim, há avanços significativos, dentre os quais destaca a oferta de 100 mil vagas com juros zero para estudantes com renda familiar per capta de até três salários mínimos. Segundo Borges, as instituições de ensino que propiciam melhores qualificações profissionais serão o principal objetivo desses estudantes.
“Nota-se há anos que as instituições de ensino superior com maior crescimento no número de matrículas são as que privilegiam a qualidade, principalmente quanto à qualificação profissional, em detrimento da quantidade de vagas que ofertam. Esse movimento, que mostra a intenção dos jovens em ingressarem no mercado de trabalho, deve se intensificar com o novo FIES. Os estudantes hoje buscam a graduação não como uma continuação dos estudos, mas como uma forma de garantirem um meio de obter renda”, diz Borges.
O consultor da Fundação FAT avalia que o novo modelo do FIES integra o esforço do governo em aumentar a empregabilidade da população, já observado com a Reforma do Ensino Médio. “As escolas terão, já a partir do próximo ano, técnicos que capacitarão os alunos do Ensino Médio a obterem uma qualificação profissional. O novo FIES é parte dessa preocupação”, conclui.
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