Espaço do leitor: A metáfora das cores, a "omnipotência" oportunista e o cretinismo político em Curaçá

Está sendo veiculado nas ruas de Curaçá e nas redes sociais um discurso, na verdade um apelo, do ex-prefeito Salvador Lopes, no qual ele cita a expressão "nova tragédia" quando se refere ao atual cenário político da Cidade. O mesmo ainda faz menções sobre as cores que simbolizam os três candidatos a prefeito no pleito deste ano, inclusive vangloriando o "vermelho" de Flambinho em detrimento do "azul" de Pedro e do "amarelo" de Carlinhos. Confesso que fiquei confuso, aliás, "a volta do Zoião", a essa altura, é, no mínimo, enigmática, contraditória e indecorosa.

Salvador é "vermelho" do PT, mas já vestiu, nos tempos da "Nação 45", o amarelo do PSDB. Salvador já foi direita também, mas hoje se diz de esquerda. Salvador e o PT soltaram o verbo e disseram que não apoiariam, em nenhuma circunstância, os partidos que "golpearam" a presidenta Dilma, os mesmos que estão encalçando Lula. Será que Curaçá deixou de ser Brasil? E aquele "discursinho medonho" sobre ter um lado, o que aconteceu com ele? Viva a contradição, viva o oportunismo, viva a farsa. Será que é dessa tragédia que Salvador estava se referindo na sua arenga apelativa e depreciativa? Entre discursos aparentes, ofensas veladas, "selfies" tredos e acordos de bastidores, quem traiu quem, afinal de contas? Quem de fato está desvanecendo na política curaçaense?

O azul, o amarelo e o vermelho representam as cores primárias e, coincidentemente, as bandeiras de Pedro, Carlinhos e Flambinho, respectivamente. Entre as pérolas do aranzel de Salvador, estão as alusões: "O azul desbotou e amarelou" e "O azul está mais amarelo do que o próprio amarelo". Em nenhuma situação, o "azul", mexido com as cores puras, daria "amarelo", ele mesmo desbotado continuaria sendo azul, mais límpido, mais puro, mais espírito, mais povo, mais paz. Por outro lado, o "vermelho" junto e misturado com o "amarelo", tanto na química quanto no "submundo da política", como se cogita, desbotaria e se transformaria na cor "laranja", não a do feitiço do entretom, mas do cinismo, do fascismo e do cretinismo político.

Curaçá quer mudança e o povo já aderiu a camisa azul. E esse azul está cada vez mais forte, mais marinho, mais naval. Essa ladainha de que "o azul é repetição do amarelo", de que o "azul e o amarelo estão botando em risco a nossa comunidade" e de "aqueles que enganaram o povo antes, agora estão no azul, querendo enganar novamente" é conversa para boi dormir e desculpa esfarrapada. Curaçá está cansada é de "enganadores do povo" e de "salvadores da pátria". Curaçá precisa avançar de verdade. E esse negócio de querer jogar todo mundo na vala comum e desrespeitar eleitores apenas porque eles escolheram o "azul" é ridículo, insolente e antidemocrático. A "azul" prega respeito à diversidade das cores, das pessoas, dos partidos e de seus líderes políticos. O "azul" quer o bem de Curaçá, portanto, ops!, "chega, dê uma chance ao novo". E o novo no "azul" não é apenas uma pessoa, o novo é o povo todo, junto e forte.

___Um, dois, três, gravando...Eu, eleitor curaçaense consciente e livre, escolhi acreditar em pessoas, esquecer dos heróis dos gibis e "salvar" o meu voto das garras dos velhos lobos da velha política. Portanto, eu voto no 20, estou com Pedro e Murilo, estou com o povo, estou na "onda azul".

Luciano Lugori (Professor, Jornalista, ex-eleitor de "Zoião" e surfista da "Onda Azul")