A Fiocruz Pernambuco fez um novo estudo no qual reconheu amostras de superfícies de diversos pontos de recife para identificar a presença do vírus da Covid-19. Segundo análise, os lugares com maior risco de contaminação são os terminais de ônibus, com 48,7% das amostras positivas, seguidos dos arredores de hospitais, com 26,8%.
Os pesquisadores coletaram 400 amostras de superfícies muito tocadas pela população, como maçanetas, torneiras, vasos sanitários, interruptores de luz, leitores de biometria, catracas, corrimão, entre outros.
Os lugares, escolhidos por terem grande fluxo e alta concentração de pessoas, foram divididos em grupos: terminais de passageiros; unidades de saúde; parques públicos; mercados públicos; áreas de praia; e centro de distribuição de alimentos.
Foi confirmada a presença do vírus causador da Covid-19 em 97 amostras, o que representa 24% delas. Destas, quase metade foram recolhidas em terminais integrados de ônibus. As superfícies com maior índice de contaminação foram os terminais de autoatendimento e os corrimões.
Em abril outra pesquisa destacou que pelas recomendações de distanciamento físico e de evitar locais com muitas pessoas, o transporte público vem sendo tema de constantes debates e receios desde o início da pandemia. Nem todos os usuários puderam (ou podem) ficar trabalhando em casa, por isso, o transporte público é essencial para aqueles que precisam sair para desempenhar suas atividades profissionais ou resolver situações essenciais.
Para obter dados sobre os riscos reais do setor e fugir da opinião do senso comum, a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) realizou o estudo técnico “Análise da Evolução das Viagens de Passageiros por Ônibus e dos Casos Confirmados da Covid-19” para verificar a relação transporte público e contaminação por Sars-Cov-2. O estudo pode ser conferido através do link.
A pesquisa foi realizada com dados de passageiros transportados em 15 sistemas de transporte que englobam 171 municípios. Esses dados foram cruzados com registros de casos da doença pelo Sistema Único de Saúde (SUS) nas mesmas cidades e concluiu-se que não há evidências estatísticas de que uma coisa esteja relacionada com a outra.
A metodologia utilizada para a análise estatística dos resultados foi o coeficiente de Pearson, que mede o grau de correlação e sua direção, se positiva ou negativa, entre duas variáveis. Ele admite valores entre -1 e +1, sendo que, nos extremos, 0,9 para mais ou para menos significa uma correlação muito forte, enquanto 0,3 a 0,5 positivo ou negativo indica correlação fraca e 0 a 0,3 positivo ou negativo revela correlação desprezível ou falta de correlação.
A análise constatou uma variação considerável nos dois indicadores, tanto de casos confirmados quanto de viagens realizadas. Nas sete primeiras semanas (da 14ª até a 20ª) e nas cinco últimas (da 26ª até a 30ª), a demanda do transporte coletivo por ônibus foi superior ao registro de contaminações pelo coronavírus. Por outro lado, entre a 21ª e a 25ª semana, o número de casos foi superior às viagens. As ocorrências de Covid-19 foram analisadas em 17 semanas epidemiológicas, de 29 de março a 25 de julho de 2020.
Apesar de a pesquisa ter apontado que o risco de contágio no ônibus é o mesmo de outros ambientes com várias pessoas, os cuidados individuais, como uso apropriado da máscara e higienização das mãos, além dos protocolos de segurança do setor são essenciais, como aponta o diretor institucional do Sintur-JP, Isaac Júnior Moreira.
Redação redeGN com informações Fiocruz PE
1 comentário
06 de Jul / 2021 às 20h41
????