O deputado estadual Zó visitou na manhã desta terça-feira (23) as famílias do Acampamento Palmares, situado no Distrito de Itamotinga, cuja área foi ocupada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra(MST) há mais de 12 anos. A área pertencia à antiga fazenda Mariad, em Juazeiro, na qual o proprietário utilizava o imóvel para realização de tráfico internacional de drogas.
Atualmente, as mais de 80 famílias, que vivem da produção de frutas, hortaliças e criação de animais, estão sendo ameaçadas por seguranças contratados pelo empresário que arrematou em leilão. O parlamentar está buscando um canal de diálogo para parar com as ameaças e impedir a desocupação, evitando uma tragédia social no momento em que o país vive uma crise sanitária.
A área possui 370 hectares , com produção diversas. De acordo com a Constituição da República, há vários dispositivos (arts. 5º inciso XXIII, 182 e 186) que determinam que a propriedade destinada à prática de crimes deve sofrer sanções legais e cumprir função social como a exemplo de desapropriações. Mesmo sabendo desta informação, a Justiça colocou a área à leilão, desconsiderando a existência de pessoas, com mulheres, homens e crianças numa área produtiva. O comprador, também ignorando a Justiça, há 17 dias cortou o fornecimento de água e energia da área, gerando perdas na produção, como a uva que estava prestes a ser colhida, causando um prejuízo incalculável para as famílias, que produzem em um sistema comunitário para garantir renda e a sobrevivência familiar. Além disso, há a presença de “capangas”, coagindo os agricultores, mas a direção nacional e o setor jurídico do MST já estão em contato com a Justiça e o Ministério Público para barrar esta coação.
Para o deputado Zó, ações ilegais como esta não podem continuar, pois causam temor e prejuízo para os trabalhadores. “Não podemos aceitar este tipo de ação, que chega a ser semelhante às milícias. Esta área foi utilizada para tráfico internacional de drogas. A Lei está a favor do movimento. Tem função social. Vim aqui para dizer que eles não estão sozinhos”, declarou o parlamentar. “Vou levar esta informação para a Assembleia Legislativa da Bahia e para conhecimento da sociedade juazeirense e baiana sobre o que está acontecendo em Juazeiro. Isso tem acontecido em outros municípios e tem que parar”, conclui.
Segundo Adailton Souza Santos, dirigente estadual do MST Brigada do Sertão, é preciso o poder público atue para resolver essa situação, pois não há nenhuma ordem judicial com reintegração de posse.
“Estão querendo desmobilizar, pressionar. Estamos sem poder colher a nossa produção. Parece que estamos vivendo um poder paralelo. O chefe dos seguranças do empresário veio falar com a gente para dizer que hoje seria permitido fazer a colheita da uva. Mas as plantas estão morrendo. Nós estamos bebendo uma água de péssima qualidade. Sempre pedimos à Coelba para regularizar e a gente poder pagar a energia. Eles nunca aceitaram. A nossa água, que vinha do Distrito de irrigação, foi cortada. Estamos tendo prejuízo com a nossa produção. Temos crianças que precisam de nebulização”, desabafa Adailton.
Após o relato dos trabalhadores, o deputado Zó garantiu que vai entrar em contato com o Governo da Bahia para que a área seja desapropriada e pedir celeridade à justiça no julgamento dos mandados de segurança que pedem a anulação do leilão. Também solicitará informações ao Comando da PM sobre o uso de policiais nestes episódios.
Site Deputado Zó Foto: Ilustrativa
4 comentários
23 de Mar / 2021 às 22h01
Tem que mandar bala nesses aproveitadores
23 de Mar / 2021 às 22h08
Quem são os sem terras daí Lourival presidente da câmara de vereadores de Jaguarari, coronel Hugo leite que foi diretor de operações do cprm Juajeiro e mais.outros funcionários públicos ou empresários.
23 de Mar / 2021 às 23h37
A área é particular adquirida em leilão judicial. Quem invadiu a área sabia das consequências. Quem não quer um terreno para plantar hoje? Com água então, nem se fala. Mas tem que ser de forma legal, não com invasão. Se tiveram dinheiro para investirem em uva, que tem um in estimebto altissimo, não eram tão sem terra assim não. O governo que busque outra área para vos assentados.
25 de Mar / 2021 às 09h49
o deputado zo e um o oportunistas porque não ajuda também os outros assentamento que estão legalizado e esta totalmente desprovido do poder público