Para diminuir emissões de poluentes, países traçam estimativas para a proibição de venda de carros movidos à gasolina 

Automóveis movidos a combustíveis fósseis como gasolina e diesel, parecem estar com os dias contados. Aos moldes do que já pretende fazer a Alemanha, o Reino Unido deve anunciar oficialmente o banimento de carros a gasolina a partir de 2030, a informação é do jornal The Guardian. A tática, além de ter um viés de sustentabilidade e mobilidade, visa investimentos nesse setor, que deve se expandir nas próximas décadas. 

No panorama mundial, um dos países mais a frente no projeto de proibição do uso desses combustíveis é a Noruega, que assumiu o compromisso de proibir o uso de etanol e gasolina até 2025. No Brasil, o projeto de lei 304/2017, do senador Ciro Nogueira (PP-PI) está em tramitação para adotar apenas o uso de biocombustíveis, como etanol e biodiesel, a partir de 1º de janeiro de 2030. 

De acordo com o especialista em automobilística e tecnologia Bruno Maciel, as grandes potências mundiais vêm voltando atenções para o mercado dos carros elétricos, visando renovação, assim como a possibilidade de sair a frente no mercado. “A exemplo disso é que as ações da Tesla não param de subir, um exemplo de como máquinas autônomas, elétricas e com energia limpa vão dominar as ruas e a população em questão de poucos anos. ”, aponta. 

Apesar dos esforços, o especialista aponta que no Brasil, para que uma política semelhante à dos países europeus funcione, é preciso um investimento para que os preços se tornem acessíveis. “Além de caro, ter um carro elétrico ainda é uma grande dificuldade no país. Não há infraestrutura necessária para eles. Há poucos pontos de recarga e em alguns meses do ano, a energia fornecida para eles vem de termelétricas, o que faz com que a missão de reduzir as emissões de CO2 caia bastante”, analisa Bruno Maciel. 

Apesar dos carros elétricos ainda precisaram andar muito chão para serem uma realidade brasileira, automóveis movidos a biocombustíveis ou 100% etanol são uma solução mais viável, quando analisada a política do país, argumenta o especialista em automobilística e tecnologia. “Montadores e sistemistas já tem condições de arcar com melhor eficiência energética, podendo atender os moldes da proibição de combustíveis altamente poluentes, por motores que rodam 100% etanol, mas essa não chega a ser uma mudança inteligente, pois em pouco tempo vai ser necessário mudar para os carros elétricos, então por que não fazer logo?”, questiona Bruno Maciel. 

Ascom