Há quase três meses sem aulas por causa da pandemia do coronavírus, estudantes e profissionais de educação ainda não sabem quando voltarão a frequentar as escolas. A Bahia tem mais de 800 mil alunos matriculados na rede pública de ensino. Diferentemente de estados que começaram a planejar o retorno das atividades escolares, o governo baiano ainda não se pronunciou sobre o assunto.
O debate é tão complexo que nem os Governadores e tão pouco os prefeitos tocam no assunto: o planejamento a volta às aulas presenciais. Não há data definida para retomada do calendário. Um possível prazo para retorno presencial é tão "melidroso" que os governantes não tocam no assunto.
Uma pedagoga que prefere não ser identificada afirma que não há possibilidade de retorno físico em 2020. “Nós chegamos a um ponto da pandemia em que fica claro que a situação não vai melhorar no curto prazo, a gente não tem perspectiva de volta presencial este ano.” Ela observa que a prioridade agora é salvar vidas. “Três meses de aula você recupera. O que você não recupera é vida perdida”, diz.
O governador Rui Costa declarou no mês passado que o ano letivo não está perdido. Em transmissão pelas redes sociais, ele conversou com profissionais da imprensa do recôncavo baiano e do baixo sul e reforçou que o ano letivo não será cancelado na Bahia.
Não existe possibilidade de cancelamento. Muito provavelmente as aulas irão atravessar esse ano e serão concluídas em 2021. Iremos fazer um grande mutirão pela educação para superar esse período, com aulas extras, em turnos opostos e nos finais de semana. Será um ano atípico, mas não podemos prejudicar o ciclo escolar de nossos milhares de jovens e crianças".
"O governado faz o papel dele que é agir com positividade mas a situação do acelaramento dos casos posivitos de coronavirus é evidente com os testes e isto impossibilita qualquer possibilidade das voltas ás aulas presenciais".
Durante a entrevista Rui Costa levantou a possibilidade de realização de mutirões na educação para reposição das aulas e destacou que os estudantes seriam prejudicados em caso de cancelamento do ano letivo.
“Iremos fazer um grande mutirão pela educação para superar esse período, com aulas extras, em turnos opostos e nos finais de semana. Será um ano atípico, mas não podemos prejudicar o ciclo escolar de nossos milhares de jovens e crianças", concluiu.
Coordenador-geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado (APLB-BA), Rui Oliveira rechaça qualquer possibilidade de retorno ás aulas em curto prazo.
“Nós estamos acompanhando com muita perplexidade, porque temos, por princípio, o que o governo do estado também está adotando, salvar vidas. Então, se existe uma atividade que deve ser a última a voltar, deve ser a educação. Escola pública principalmente”, disse.
Diante desse cenário, Rui Oliveira considera inviável que o retorno às aulas aconteça no mês de julho como nos outros estados.
“Já pensou o que é voltar as aulas com 800 mil alunos só da rede estadual? Esses meninos pegando transporte público, se contaminando e contaminando todo mundo? Vai ser a segunda onda de Covid-19 na Bahia e no Brasil. É inadmissível isso”, disse Rui Oliveira.
As aulas das redes estadual e particular de ensino estão suspensas desde o dia 19 de março, conforme decreto do governo da Bahia. A medida tem o objetivo de evitar aglomerações e diminuir a circulação de pessoas, para conter a disseminação da Covid-19.
Redação redeGN
0 comentários