Senado aprova projeto de Fernando Bezerra que dá nome de Ariano Suassuna à Adutora do Pajeú

Em um clima descontraído e com diferentes lembranças a Ariano Suassuna, a Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) do Senado aprovou por unanimidade, nesta terça-feira (5), projeto de lei do senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) que homenageia, com o nome do poeta, o Sistema Adutor do Pajeú. De acordo com o PLS 339/2015, o sistema – localizado nos estados de Pernambuco e da Paraíba – passará a ser denominado “Adutora Ariano Suassuna”.

Durante a votação do projeto de lei, Fernando Bezerra contou histórias da convivência dele com o poeta e destacou a Cavalgada na Pedra do Reino, evento realizado no município pernambucano de São José do Belmonte – homenagem a uma das mais conhecidas obras de Suassuna: “O Romance d’A Pedra do Reino”. “Ariano reunia multidões em suas aulas-espetáculos, geralmente nos pequenos municípios de Pernambuco, para poder valorizar a cultura popular, o artesanato, o homem simples do campo”, lembrou o senador.

Fernando Bezerra falou, ainda, das duas ocasiões em que eles foram contemporâneos no Governo do Estado de Pernambuco. A primeira, na gestão de Miguel Arraes, quando o senador fora secretário de Agricultura, e Suassuna, secretário de Cultura. Também trabalharam juntos no governo de Eduardo Campos: Fernando Bezerra, secretário de Desenvolvimento Econômico, e Suassuna, novamente secretário de Cultura.

“Paraibano de nascimento, Ariano foi para Pernambuco na década de 40, onde se enraizou”, contou o senador. “Era o mais pernambucano de todos os paraibanos que eu conheço. Ele tinha alma de Pernambucano”, destacou o autor do PLS 339.

Formado em Direito, Ariano Suassuna foi, além de poeta e romancista, dramaturgo e ensaísta. Idealizador do Movimento Armonial e autor dos clássicos  “O Auto da Compadecida” e “O Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta”, Suassuna foi um incansável defensor da cultura nordestina. O poeta faleceu no dia 23 julho de 2014, aos 87 anos.

ADUTORA – Com 598 km de extensão, a Adutora do Pajeú inicia a captação de água do Rio São Francisco no município de Floresta (PE). Após a conclusão de todas as etapas da adutora, o empreendimento beneficiará, de acordo com o governo federal, cerca de 400 mil pessoas de 21 municípios de Pernambuco e de oito cidades da Paraíba.

O investimento total do governo na Adutora do Pajeú é superior a R$ 500 milhões. Segundo lembrou Fernando Bezerra Coelho, a segunda etapa do projeto foi autorizada na época em que o senador era ministro da Integração Nacional. “Ariano me provocava ao perguntar: ‘será que essa água do São Francisco não vai chegar à minha querida Taperoá?’. E ele ficou muito feliz ao saber que as águas do São Francisco molhariam, sim, as terras da cidade natal dele, que fica na Paraíba, depois do Pajeú Pernambucano”, contou Bezerra Coelho. “Por isso, eleito senador por Pernambuco, me pareceu ser minha obrigação imortalizar a memória de Ariano”, completou.

O relator do PLS 339, senador Douglas Cintra (PTB-PE), avaliou como “extremamente pertinente” a proposição de Fernando Bezerra. “Uma justíssima homenagem a Ariano Suassuna”, afirmou. Para Fátima Bezerra (PT-RN), que presidia a reunião da CE durante a apreciação da matéria, o projeto de lei tem caráter simbólico e pedagógico. “O Nordeste inteiro se sente homenageado pela iniciativa de Fernando Bezerra Coelho”, elogiou a senadora. O PLS 339 seguiu para apreciação na Câmara dos Deputados.

Ascom/Senador Fernando Bezerra