Mais de 50 acidentes de avião foram registrados na Bahia desde 2014, aponta Cenipa

A queda de um avião na zona rural de São Sebastião do Passé, na Região Metropolitana de Salvador, na última quinta-feira (14), foi o 52º acidente aéreo registrado na Bahia nos últimos 10 anos. Desse total, 10 ocorrências foram fatais, com 18 mortes.

O dado consta no Painel Sipaer, ferramenta online do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), que permite a visualização de dados sobre as ocorrências aeronáuticas da Aviação Civil Brasileira.

De acordo com o Comando da Aeronáutica, as informações são atualizadas diariamente. O balanço dos últimos 10 anos, dois meses e 15 dias foi consultado pelo g1 nesta sexta-feira (15).

No acidente da quinta-feira (14), o piloto Jairo Souza morreu. Ele transportava uma aeronave de pequeno porte de Caruaru, em Pernambuco, com destino a Guanambi, no sudoeste baiano.

Até o momento, não se sabe as causas nem circunstâncias do acidente, mas as investigações já começaram. O Segundo Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa II) anunciou que seus agentes vão conduzir o processo.

Com o filtro por estado no Painel Sipaer, é possível verificar que a Bahia não registrou mais de dois acidentes com mortes por ano. O que mais fez vítimas ocorreu em 2019, quando cinco pessoas morreram.

No dia 14 de novembro daquele ano, uma aeronave caiu durante o pouso na pista de um resort em Barra Grande, distrito do município de Maraú, no baixo sul da Bahia.

Já o caso mais recente ocorreu no início deste mês de março. No último dia 3, Jackson Bomfim e Matheus Bransford, pai e filho, além de Lucas Santana, morreram depois que o avião que eles estavam caiu em uma área de vegetação próxima ao aeródromo da Associação Barreirense de Aerodesportiva (ABA), na região oeste.

Piloto comercial e engenheiro eletricista, Bransford era o responsável por conduzir a aeronave no momento da queda.

Lucas também se apresentava como piloto, do tipo executivo, e Jackson deixou ao menos registros de aulas de voos nas redes sociais.

O painel também mostra que, em 61,5% dos casos, o fator contribuinte para os acidentes foi "operacional". Na maioria desses casos (54,4%), a descrição se refere ao "desempenho técnico do ser humano". Em menor porcentagem, os problemas são descritos como “elementos relacionados ao ambiente operacional” (5,3%) ou "infraestrutura aeroportuária" (1,8%).

O segundo fator que mais contribuiu para os acidentes foi o “humano”, responsável por 35,1% das ocorrências. Nesse caso, são considerados tanto aspectos psicológicos (29,8%) quanto médicos (5,3%).

g1 Ba Foto reprodução