Em ano eleitoral mais uma vez a seca é motivo de Plano de Governo

Preocupado com os efeitos da seca no Nordeste e no norte de Minas Gerais, o presidente Lula (PT) pediu aos ministérios um plano contra a estiagem.  Alerta para grave seca no Nordeste em ano eleitoral faz governo preparar plano contra estiagem.

A REDEGN já destacou em reportagem a grave situação enfrentada por agricultores. Confira aqui reportagem REDEGN, Reportagem Especial: a esperança do Dia de São José e os carros pipa ecoando a falta de água de água no sertão

As previsões de que a escassez de chuvas no semiárido irá se agravar nos primeiros meses de 2024, um ano eleitoral, também afligem governadores e prefeitos da região. Além dos efeitos diretos à população, o Palácio do Planalto teme que a seca atinja negativamente a atividade econômica da região.

Um estudo de órgãos climáticos do governo apontou, no fim de dezembro, que no primeiro trimestre deste ano deve haver um agravamento da seca, especialmente no norte da região Nordeste. Além disso, concluiu que os “principais reservatórios da região Nordeste também perderam armazenamento, atingindo volume equivalente de 41,9%”.

Essas informações foram apresentadas no mais recente documento de monitoramento dos efeitos do El Niño. Mensalmente, Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), ANA (Agência Nacional de Águas) e Cenad (Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres) fazem previsões para esse fenômeno climático.

O semiárido brasileiro se estende pelos nove estados do Nordeste e também pelo norte de Minas Gerais. No total, ocupa 12% do território nacional e abriga cerca de 28 milhões de habitantes.

Há décadas o engenheiro agronomo e poesquisador João Suassuna, afirma que a situação atual é resultado de uma falta de planejamento e da crença da infinitude da água. 

“Não há planejamento do uso dos recursos hídricos no Brasil e muito menos no Nordeste. Colocaram na cabeça que o rio tem volumes infinitos e pode ser usado a bel prazer. Dão muita importância as vontades políticas, mas elas não podem estar em hipótese alguma acima das possibilidades técnicas de se resolver as coisas. Água é um bem natural finito e tem que ser usado com muita cautela”, finaliza.

Redação redegn Ney Vital Foto Ney Vital