Falta de água e políticas públicas na zona rural de Juazeiro e Petrolina "provocam desespero para agricultores"

Nos últimos meses Juazeiro e Petrolina, emitiram alertas sobre a baixa umidade do ar. A massa de ar seco e quente que está na região, além de fazer com que as temperaturas atinjam a marca dos 36ºC nos próximos dias, deve fazer com que a umidade varie entre 12% e 20%, isto representa uma temperatura igual aos dos desertos.

Mais uma seca avassaladora mostra o drama da falta de política publica que assola a zona rural de Juazeiro e Petrolina. A falta de água provoca desespero em diversos municipios do norte da Bahia e região do Vale do São Francisco.

A REDEGN colheu diversos depoimentos de moradores da região. O agricultor Martonio Ribeiro Marins mora no Sítio Vassoura. "São mais de vinte anos e a cada dia que passa á dificuldade de água aumenta, bebemos água de carro pipa e mesmo assim com muita dificuldade não só aqui mas na população em geral que moram aqui perto estamos todos com a cisternas secas carregando água de muito longe em baldes, na minha casa moram seis pessoas e dessas seis pessoas quatro crianças e há mais de anos prometem encanar água pra cá e estamos sempre na espera mas nunca chegou por isso estou aqui fazendo esse relato por que estamos necessitando muito".

Outro desabafo é de Francisco de Assis Delmondes Baia, lider comunitário, presidente da Associação de Agricultores do Distrito de Barra de São Pedro, Ouricuri, limite com Petrolina, Pernambuco. "Temos conversando com agricultores de Petrolina, Ouricuri e região. A situação é dramática. Falta água para abastecer as casas e também para os animais", diz Francisco ressaltando que a situação torna-se mais dramática quando na residência moram mais crianças e idosos. "Falta de água maltrata muito", desabafa.

Em Petrolina, no Povoado de Cristalia, Almas, Uruás, Caititu, Simpatia a situação é de calamidade. O coordenador de Comunicação e relações sociais do Conselho Popular de Petrolina e da Bacia do São Francisco, Rosalvo Antonio, revela que "por causa da estiagem, rios e açudes secaram em vários pontos e a população depende de carros-pipa para fazer atividades básicas, como tomar banho e cozinhar".

Ele avalia que "é inacreditável ainda ter comunidades sem água e que vivem próximo ao Rio São Francisco e o mais dramático próximo a adutoras".  "Aqui em Petrolina toda a região do Sequeiro está sofrendo, mesmo aquelas que tem cisternas e ou barragens. É preciso uma antecipação dos Governos ações concretas", diz Rosalvo.

Segundo a REDEGN obteve informações em algumas localidades de Juazeiro e Petrolina os caminhões-pipa e levam água para comunidades da zona rural. Mesmo assim, a água que chega na casa dos moradores é insuficiente para cuidar de todas as tarefas de casa e do campo.

No Povoado de Pontal, localizado próximo ao Distrito de Itamotinga, a agricultora conhecida por Lela Bezerra revela "que animais estão morrendo com sede, não tem água para os animais". Fotos registram bodes e carneiros "já caídos no chão".

"Peço socorro e a quem de direito possa ajudar. A falta de água torna dificil viver no semiárido. Nossa região está mendigando por água. Somos mais de 150 famílias e precisamos de água. A operação carro pipa aqui foi cortada. Estamos sem nenhuma assistência. Precisamos que o poder público traga água para a região", desabafou Lela.

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) a previsão é de chuva para essa semana na região.

Redação redeGN Texto e Fotos Ney Vital