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"7 de Setembro é uma história branca", observa a historiadora Ynaê Lopes dos Santos

“Ouviram do Ipiranga as margens plácidas de um povo heroico o brado retumbante”. Assim começa o Hino Nacional brasileiro, em alusão ao dia 7 de setembro de 1822, quando o Dom Pedro I bradou: “Independência ou morte”, tornando o Brasil uma pátria livre de Portugal. A história, no entanto, embora repetida e eternizada em pinturas, livros e até mesmo no hino do país, não é tão simples assim, segundo historiadoras entrevistados pela Agência Brasil. Não ocorreu em apenas um dia e envolve muitas disputas, interesses, questões sociais e econômicas que, de certa forma, perpetuam-se até os dias de hoje.

“Além de ter sido um processo longo, de muitos anos, as lutas pela independência – e esse é um ponto importante, por muito tempo se acreditou que a independência do Brasil foi uma grande negociação intraelite, – obedeciam a lógicas econômicas, políticas, sociais e demográficas próprias, particulares às várias capitanias da América portuguesa. Só posteriormente essas capitanias se tornariam uma unidade chamada Brasil. Hoje, a historiografia já usa até o termo no plural, as independências do Brasil”, explica a historiadora Adriana Barreto, professora da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)...